“Who’s Bad?”
“Who’s
Bad?”
O
julgamento entrou na terceira semana com Gavin Arvizo ainda no banco de
testemunhas, mas a mídia foi distraída quando o Papa João Paulo II foi liberado
do hospital tendo sofrido uma cirurgia para facilitar a respiração dele. Em
Roma, o Papa João Paulo II estava dando notícias internacionais, enquanto uma
minivan Mercedes cinza carregava o pontífice de oitenta e quatro anos para o
Vaticano, o time de notícias de Santa Maria corria para fazer planos de voos
para cidade do Vaticano.
Enquanto
o Papa João Paulo II avançava e abençoava milhares de romanos e turistas na
Praça de São Pedro, equipes de notícias souberam que o papa não estava curado.
A mídia tornou-se muito preocupada com o papa, eles ignoraram detalhes sobre o
acusador de Jackson, que agora estava sob o pesado ataque de Mesereau. Em vez
de prestar atenção ao testemunho de Gavin, as equipes de notícias estavam
preocupadas que eles poderiam ter desligado a cobertura sobre Jackson
completamente. Houve rumores de que o papa não tinha se recuperado.
Michael
Jackson que tinha voltado ao tribunal, parecendo forte, vestia um casaco
vermelho no dia em que o acusado estava sob fogo. Com Mesereau pronto para
contestar Gavin Arvizo, o pop star
parecia bastante confiante, mas ao mesmo tempo, Michael estava melancólico.
Michael estava reflexivo e estava triste por sua tentativa de ajudar a família
Arvizo ter saído pela culatra, tão drasticamente.
Quando
Mesereau começou a disparar perguntas, Gavin teve que admitir que ele tinha se
encontrado com o decano da escola dele, a escola primária de Los Angeles, Jeffrey Alpert, apenas dias
depois que o documentários de Bashir foi exibido. O decano, senhor Alpert,
chamou Gavin para fazer uma pergunta direta a ele sobre as alegações em relação
a Michael Jackson. Do banco de testemunhas Gavin olhou para o chão e admitiu
que ele tinha dito ao decano da escola dele que nada sexual tinha acontecido
entre ele e Michael.
Mesereau
começou a desfiar uma lista de problemas disciplinares de Gavin na escola dele.
Referindo-se aos detalhes do registro escolar, Mesereau disse ao júri que Gavin
Arvizo tinha sido baderneiro em muitas aulas, tinham-no mandado escrever a
outro estudante muitos bilhetes de desculpa, ele tinha sido acusado de cantar
na sala de aula, tinha sido acusado de conversar e atrapalhar testes e tinha
sido acusado e ser desafiador e desrespeitoso a uma lista de professores. Gavin
era o assunto de inúmeros memorandos pelo mau comportamento dele e pela recusa
dele em fazer o dever de casa; e o comportamento rude de Gavin parecia ter
traduzido, naquele momento, nas maneiras dele no tribunal.
“Você
se lembra de ter tido uma discussão com o senhor Davy (o vice-diretor da
escola) sobre seus problemas disciplinares?” Mesereau perguntou.
“Sim”,
Gavin disse.
“E
conte ao júri sobre o que era aquela discussão.”
“Eu
realmente não me lembro muito bem.”
Mesereau
mostrou a Gavin uma cópia do registro escolar dele de onde as datas e os
memorandos foram retirados.
“Você
alguma vez discutiu com o senhor Davy sobre seus problemas disciplinares com
outros professores?”
“Sim.”
“Por
favor, diga ao júri o que aconteceu naquela discussão.”
“Eu
realmente não me lembro muito bem. Quero dizer, ele diria para eu melhorar e
coisas assim.”
“Você
conhece alguém chamado Bender?”
“Sim,
sim. Senhora Bender.”
“Você
entrou para a classe da senhora Bender em história mundial e geografia, em
2002, correto?”
“Uh-huh”,
Gavin acenou com a cabeça que sim.
“Certo.
E ela reclamou que você era frequentemente desafiador e desrespeitoso com ela,
correto?”
“Sim,
eu acredito que sim.”
“Ela
também disse que você parecia ter boa habilidade de interpretação, correto?”
“Eu
não sei se ela disse isso.”
“Refrescaria
sua memória se eu lhe mostrasse o memorando dela para o senhor Davy?”
Gavin
alegou que a memória dele não poderia ser refrescada. Ele negou ter boa
habilidade em encenação, embora ele admitisse que estivesse estudando teatro
com um professor de interpretação, senhor Martinez, outro professor que
descreveu Gavin como um problema disciplinar.
Quanto
ao Michael, quem esteve quieto a maior parte do testemunho de Gavin, houve
momentos em que ele sussurraria para o time de defesa dele, especialmente
quando as respostas de Gavin eram contraditórias e antagônicas. Gavin estava
tentando negar que ele tinha escrito cartões e cartas referindo-se a Jackson
como “Papai Michael”, mas Mesereau tinha os verdadeiros cartões e cartas, os
quais foram incorporados como evidências.
“Você
teve chance de olhar estes documentos?” Mesereau perguntou.
“Sim”
Gavin disse.
“E
você quis ir para New York e estar
com o senhor Jackson em um estúdio de gravação, certo?”
“Eu
suponho. (Longa pausa.) Eu quero dizer, sim.”
“E
isso não aconteceu, certo:”
“Não.”
“Você
nunca viajou com o senhor Jackson para New
York?”
“Eu
nunca viajei com o senhor Jackson.”
“Você
o chamou de mais legal, mais adorável pessoa no mundo, certo?”
“Sim.”
“Você
disse ‘Eu amo você, Papai Michael’, certo?”
“Sim.”
“Você
disse ‘Obrigado, Papai Michael, por ser meu melhor, melhor amigo, pra todo o
sempre’, correto?”
“Sim.”
“Tudo
bem. Você enviou um monte de cartões que foram assinados, ‘Seu filho, Gavin’,
verdade?”
“Sim.”
“Você
se lembra de dizendo as palavras ao senhor Jackson: ‘Volte, eu sinto sua falta,
eu amo você’? ’’
“Eu
quero dizer, eu provavelmente disse, mas eu não me lembro de enviar uma carta.”
Rolando
os olhos naquele momento, Michael ficou quieto enquanto Gavin testemunhava. Nos
dias em que Gavin estava sob questionamento, Tom Mesereau foi capaz de apontar
inconsistências sobre duas coisas críticas: o montante de álcool que Jackson
alegadamente deu ao garoto e as datas que o alegado abuso sexual ocorreu. Ainda
mais revelador, foi o momento em que Gavin admitiu que ele disse aos detetives
de Santa Barbara que a avó dele foi a pessoa quem disse a ele que homens masturbam
“então eles não estupram uma mulher.”
No
período de poucos dias, Gavin Arvizo ofereceu ao júri múltiplos lados da
personalidade dele. Embora ele, às vezes, parecesse uma criança, os
observadores do tribunal perceberam que o garoto de quinze anos tinha um
comportamento que ultrapassava em muito a idade dele. A lista de elementos
chave do testemunho de Gavin Arvizo foi apresentada como alqueives.
·
Nas primeiras poucas semanas depois que
eles deixaram Neverland, Gavin e a família dele tinham ido ver não um, mas dois advogados civis, talvez na esperança
de conseguir um acordo com Michael.
·
Gavin, até os dezoitos anos, teria o
direito de processar Michael Jackson em um tribunal, deveria ocorrer uma
condenação no caso de abuso sexual.
·
Gavin estudou em uma escola de atores e
foi treinado por veteranos como Vernee Watson, uma estrela no show de sucesso, The Fresh Prince of Bel-Air.
·
Gavin foi diagnosticado como “problema
disciplinar” quando ele frequentou a escola primária John Burroughs. Ele
desrespeitou os professores e autoridades e foi sempre enviado para a detenção.
·
Gavin disse a Chris Tucker, a estrela de
Rush Hour, que ele e a família dele
estavam sendo caçados pela mídia, que ele quis ver Michael em Miami. Gavin queria ajudar Michael a dar
uma coletiva de imprensa para denunciar o documentário de Bashir, para relatar
que nada sexual tinha jamais acontecido na cama de Jackson.
·
Gavin e os irmãos dele foram raramente
deixados sozinhos com Michael. Sempre, o amigo de Michael, Frank Cascio e os
dois irmãos caçulas dele, Aldo Cascio e Marie Nicole Cascio, estavam onde
Michael estava. As crianças Casio estavam com os Arvizos em Miami. As crianças Casio estavam
“regularmente” na suíte de Michael.
·
Gavin admitiu que ele gostava de ficar
em Neverland e disse que ele nunca se sentiu inseguro lá. Gavin alegou que foi
a mãe dele, Janet, que sentiu “medo” de estar em Neverland, que expressou
“preocupação” por estar mantida “cativa.”
·
De
Neverland, Gavin foi levado em um Rolls-Royce
para perto de Solvang, onde ele teve
os aparelhos dele retirados, por conta de Michael, porque “os fios estavam
quebrados.” Novamente, durante a viagem, Gavin nunca reclamou a ninguém que
estava sendo mantido “cativo”.
·
Quando em Neverland, nas semanas
seguintes a viagem de volta de Miami,
o irmão de Gavin, Star, estava agindo de uma maneira que estava fora de
controle. Evidências mostraram que Star não apenas rabiscou a capa de couro do
livro de visitas de Neverland Valley
Ranch, ele também tinha desfigurado outras propriedades de Neverland também.
·
Em algum ponto depois da viagem a Miami, Gavin e os irmãos dele estavam
“sendo vigiados” pelos associados de Michael no hotel em Calabasas por uma razão desconhecida por eles. Eles mais tarde
filmaram o filme de refutação em uma localidade em Calabasas, muito próxima ao hotel.
·
Durante a estadia de três dias dos
Arvizos no hotel, compraram bagagem para os Arvizos e roupas, alegadamente,
para uma viagem para o Brasil que os associados de Michael estavam planejados.
De qualquer forma, Gavin “não pôde se lembrar” de sair para comprar malas.
·
Os associados de Michael acompanharam
Janet Arvizo e as crianças dela quando eles obtiveram passaporte e visto para
as alegadas férias no Brasil. Quando Janet alegadamente soube que Michael não
estava acompanhando os Arvizos na viagem, Janet mudou de idéia sobre ir e a
viagem nunca se materializou.
·
Depois que a mãe de Gavin decidiu não
viajar para o Brasil, ela retornou a Neverland, onde ela determinou que ela e
os filhos dela estavam em perigo. Dizendo aos filhos dela que ela estava
assustada, Janet se negou a ficar em Neverland por muito tempo. A pedido de
Janet, ela e os filhos dela foram levados para casa, para ficar com os pais
dela em El Monte.
·
Depois de “escapar” de Neverland, em duas ocasiões, Janet e as três
crianças dela retornaram ao fantástico rancho, mesmo depois de Janet alegar que
eles “estavam sendo vigiados” e “ameaçados” pelos associados de Jackson. Durante
as várias estadias deles em Neverland, os Arvizos foram mimados. Evidências
mostrariam que os garotos tinham o controle da propriedade, que os garotos
Arvizos estavam fazendo pedidos aos empregados de Jackson. Os Arvizos alegavam serem
prisioneiros, mas eles estavam levando uma vida de luxo, uma vida que eles
nunca conheceram.
·
Nas semanas seguintes a viagem a Miami, Gavin soube sobre a doença de pele de
Michael, o vitiligo, embora Gavin nunca tenha falado que viu a doença de pele
de Michael. Gavin nunca mencionou ter visto qualquer parte do corpo de Michael
de perto. Em vez disso ele testemunhou que Michael explicou-lhe que a doença
estava mudando a cor da pele dele e falou sobre Michael usar maquiagem no
rosto, talvez para cobrir manchas.
“Tudo
bem, Gavin, eu apenas tenho uma última questão para perguntar a você”, Sneddon
disse, terminando o exame direto dele. “Ontem, em resposta à pergunta de Mesereau,
você disse a ele que o senhor Jackson era como uma figura paterna para você.
Isso está correto?”
“Michael
Jackson?”
“Sim.”
“Sim”,
Gavin disse.
“E
você pensou que ele era uma dos caras mais legais do mundo, correto?” Sneddon
perguntou.
“Sim.”
“E
você o admirava?”
“Bem,
eu somente admiro Deus”, Gavin disse. “Mas ele era um cara muito legal.”
“Como
você se sente sobre o senhor Jackson, agora, na luz do que ele fez a você?”
“Eu
realmente não gosto dele mais. Eu não penso que ele é realmente merecedor do
respeito que eu estava dando a ele como o cara mais legal do mundo.”
Com
isso, o promotor não tinha mais nada a questionar a Gavin Arvizo.
O
promotor Sneddon parecia contente com a forma que o testemunho tinha sido.
Era
desconcertante perceber que Gavin não parecia nem um pouco embaraçado ou
desgostoso com o testemunho dele. Enquanto ele estava no banco das testemunhas,
Gavin algumas vezes olhou para Michael, que não estava dando crédito a qualquer
coisa que o menino estava dizendo.
No
final, o testemunho de Gavin parecia anticlimático. Gavin Arvizo parecia um
pouco mais animado quando ele falava dos alegados atos sexuais, mas Michael não
demonstrava nenhuma emoção sobre nenhuma das acusações do garoto.
“Agora,
você reclamou ao xerife de Santa Bárbara que ‘Depois que eu me livrei das
coisas do meu câncer’, você nunca viu Michael novamente, correto?” Mesereau
perguntou.
“Não.
Não até a coisa do documentário de Martin Bashir”, Gavin disse.
“Tudo
bem. E você queria vê-lo depois que você foi curado, correto?”
“Sim.”
“Você
sentiu que ele tinha abandonado você, correto?”
“Sim.”
“E
você sentiu que ele estava abandonando sua família, correto?”
“Sim.”
“Você
apareceu com atos de abuso sexual depois que percebeu que Michael Jackson
estava desaparecendo da sua vida”, Mesereau arguiu.
Mas
Gavin rapidamente negou aquela acusação.
Observando
Gavin deixar o tribunal, nunca ver Michael Jackson novamente, era interessante
observar a expressão de Gavin enquanto o garoto percebia que ele nunca faria
parte da “família” de Michael de novo.
Em
algum lugar no coração dele, o garoto parecia desanimado. Gavin tinha insistido
que ele foi “curado por Deus” e não por Michael Jackson. Mas Gavin parecia
inexplicavelmente atraído pelo poder da estrela e a presença magnética de
Michael.
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Sesini duyur!