Nota da autora
Nota da autora
No
dia em que Michael Jackson foi absolvido, a estrela da FOX, Bill O’Reilly, pergunto-me o que eu realmente pensava sobre o
veredito. Por meses, eu tinha comentado sobre o julgamento para a FOX news, dizendo muitas coisas contra
Michael Jackson, induzindo os telespectadores a acreditar que o por star era
culpado. Quando O’Reilly pressionou-me a dar uma resposta sobre o veredicto
“inocente”, eu estava balbuciante. O’ Reilly queria uma resposta direta e eu,
finalmente, disse que o júri tinha feito a coisa certa.
Mas
parte de mim ainda estava em choque.
Como
eu fiz em um de meus comentários públicos no caso, eu percebi que eu tinha me
tornado uma dos membros da mídia que tinha previsto o resultado do julgamento
erroneamente. Muitas pessoas em minha volta estavam tão certas da culpa de
Jackson. Certas coberturas jornalísticas da TV e rádio tendiam de acordo com a
promotoria e eu era uma dessas pessoas que seguiam aquela perigosa tendência.
De
qualquer forma, eu estava errada quanto à verdade.
Quando
eu li os relatos dos veredictos INOCENTE em todos os jornais, eu me senti
envergonhada por ter sido parte da máquina midiática que parecia determinada a
destruir Michael Jackson. Depois de pensar sobre isso por poucas horas, eu
contatei o primeiro jurado, Paul Rodriguez, que me falou que Michael Jackson
verdadeiramente não era culpado das acusações. Ele sentia que Jackson fora
vítima da imprensa.
Escrever
um livro sobre a inocência de Jackson nunca tinha passado pela minha cabeça,
não durante o julgamento em Santa Maria. Eu respeito Tom Mesereau como advogado
e entendi porque o júri votou inocente em todas as acusações, mas eu não tinha
intenção de revelar minhas próprias coberturas tendenciosas. Além disso, eu
certamente não queria expor nenhuma de meus “amigos” da imprensa como sendo
parcial e desonesto.
Para
tornar isso claro: Havia duzentos membros credenciados da mídia no julgamento e
menos de um punhado dessas pessoas admitiam a deliberada intenção de retratar
Michael Jackson como culpado. Alguns desses membros da mídia faziam parte de
meu círculo pessoal. Eu não darei nomes a nenhuma pessoa da imprensa neste
livro, além de Martin Bashir, porque seria de mau gosto apontar o dedo.
Telespectadores que viram o julgamento sabem quem são os culpados.
Eu
devo admitir que houve um momento durante o julgamento quando eu comecei a me
sentir triste por Michael Jackson. Quando eu senti que todo o mundo midiático
estava contra ele. Eu queria que os fãs soubessem que eu não estava feliz com a
cobertura da imprensa e decidi ir até os portões de Neverland para fazer as pazes com os fás. Eu fui dizer àquelas
pessoas que eu não estava sendo injusta com Michael, que eu estava apenas
relatando os fatos. Eu tentei convencê-los de que eu não tinha um interesse.
Mas
os fãs não acreditaram em mim. Eles viram meus noticiários e muitos pensaram
que eu estava mentindo. Eu fiquei quieta por um minuto, tentando dizer a eles
que eu não iria manchar Jackson, mas eles não estavam interessados.
Como
eu escutei aqueles fãs, que vieram de lugares como a Espanha, Irlanda e até
Irã, eles me contaram o lado deles da estória. Eu os ouvi insistir que a
imprensa americana era podre, que os americanos odiavam Michael Jackson por
todas as razões erradas. Algumas pessoas até trouxeram cartão de corrida.
Outros falaram que a amizade de Michael com crianças era aceitável em qualquer
parte do mundo, exceto na América.
Os
fãs dele me impressionaram. Sim, havia pessoas superzelosas _ uma mulher me
chamou de prostituta em espanhol _ mas ao mesmo tempo, muito de seus apoiadores
eram pessoas de bom coração. Muitos queriam dar a mim o benefício da dúvida.
Eu
apreciei isso.
Eu
tirei fotos com alguns fãs na frente dos portões de Neverland, que tinha sido
coberto de corações por aqueles que amavam Michael, Depois de um tempo, um
pequeno grupo de nós começou a caçoar do clã Arviso e do louco vídeo de
refutação deles. Nós estávamos imitando Janet Arvizo, quem, na gravação,
apoiava Michael Jackson como sua única “família”. Na fita de refutação, Janet
se perguntava por que, depois da entrevista de Bashir, tantas pessoas de
repente mostraram preocupação e interesse por ela, quando, realmente, apenas
Michael foi generoso com a família dela.
Em
uníssono, nós repetíamos as frases de Janet:
“Onde
eles estavam, quando eu não podia alimentar meus filhos com nada além de uma
caixa de cereal?”
“Onde
eles estavam, quando meus filhos e eu chorávamos?”
“Onde
eles estavam, quando meus filhos e eu estávamos sozinhos”.
“Onde
eles estavam, quando eu não tinha dinheiro o bastante para pagar a passagem de
ônibus”.
“Onde
eles estavam?”, nós perguntávamos de novo e de novo, e nós riamos das bobagens
melodramáticas de Janet.
Em
razão dessa visita à Neverland, minha reportagem mudou ligeiramente. Eu me
tornei mais aberta à ideia de que Michael Jackson era inocente e eu tentei
ficar longe de comentários negativos que enchiam muitas de meus primeiros
noticiários. Não apenas eu tinha sido parcial na TV, eu tinha contribuído para
o programa de rádio de Michael Reagan (o filho adotivo do presidente Ronald
Reagan) e tinha gastado semanas no programa nacional de Reagan. Massacrando
Michael Jackson.
Se
havia uma conspiração da mídia, eu era culpada.
Algumas
semanas depois, quando todos os caminhões da TV deixaram Santa Maria, eu me
encontrei sozinha lá, perdida sem a presença de Michael, perdida sem ter o
conforto de meus “amigos” da imprensa para me ajudar a atravessar outro dia. Eu
estava chateada.
Santa
Maria era um lugar agradável, mas se tornou uma concha vazia para mim. O
“evento” de Jackson tinha acabado e eu me tornei uma estranha em uma cidade
pequena. Eu pensei sobre os amigos da mídia e percebi que muitos deles não eram
amigos coisa nenhuma. Eles usaram minha entrada e já tinha saído em busca da
próxima estória quente. Alguns estavam transmitindo ao vivo de Aruba, em busca
de uma adolescente desaparecida.
Por
sorte, eu não estava preocupada com os novos petiscos. Eu tinha uma grande
imagem na minha cabeça e tinha compilado todos os tipos de dados. Eu continuava
querendo escrever um livro sobre Michael Jackson, porque, antes de tudo, eu não
estava no julgamento simplesmente para relatar as notícias, eu estava,
primeiramente, como uma autora.
Como
eu estava no julgamento como uma jornalista free-lance
para a TV, eu estava por minha própria conta para sair, para ter tudo enviado
para casa. Andando por Santa Maria, com meus pensamentos, tentando determinar o
que fazer com toda a documentação e pilhas de anotações que eu tinha escrito
sobre o julgamento, eu decidi enviar tudo, somente para o caso do livro se
materializar.
Quando
eu fiz minha jornada de volta á Costa Oeste, eu pensei sobre o desperdício
financeiro que tantas pessoas, especialmente os contribuintes da Califórnia, tinham
sofrido. Seria impossível calcular o montante exato de dólares que foram
desperdiçados, mas os números estão por volta de milhões. O julgamento de
Jackson foi um dos maiores acontecimentos na história dos Estados Unidos. O
montante de dinheiro gasto com segurança por si só, foi simplesmente um
ultraje.
Eu
considerei caro a “taxa de impacto” que eu tive que pagar a Santa Maria, uma
coisa que eu nunca encontrei em nenhum julgamento que eu compareci na história
de minha carreira como escritora criminal. Eu me perguntei, por que eu tive que
pagar tanto dinheiro para ficar e assistir a um processo público que
supostamente deveria se aberto a qualquer contribuinte da Califórnia.
E,
finalmente, eu me perguntei, por que alguns do pessoal na grande mídia pareciam
pensar em mim como “menos” que um jornalista, quando havia pessoas, como Márcia
Clarck, que sem sucesso processou O.J. Simpson, do lado de fora da corte de
Santa Maria como uma jornalista para o Entertainment
Tonight. Era inacreditável para mim que certas redes de talentos viam-me
como incapaz de fazer um trabalho jornalístico para a TV. Embora eu tenha sido
uma jornalista e comentarista de TV por anos. Durante todo o julgamento de
Jackson, eu sabia que eu era mal-falada pelas costas. Às vezes, eu era
verbalmente agredida por jornalista diretamente na minha cara.
Eu
me perguntei por que eu passei por tanto drama, gastos e agonia Tudo por nada.
Quando eu viajei para New York, eu descobri que nenhuma editora americana
queria tocar em um livro sobre Michael Jackson, muito menos um que contaria o
lado de Jackson da estória.
Eu
fiquei devastada.
Mas
então eu pensei em Michael.
Eu
me perguntei como ele tinha se sentido, e percebi que ele era aquele que tinha
sido lançado ao inferno. Ele era aquele que tinha sido sujeitado à máquina da mainstream mídia que o queria
destruído. Ele era aquele de quem as pessoas falam mal pelas costas.
Menos
de um mês depois da absolvição dele, eu soube que Jackson e seus três filhos e
a babá, estavam partindo para o Reino Golfo Pérsico do Bahrain e eu entendi por
quê. Pelo menos, como um convidado da família real do Sheik Abdullah, Jackson
teria sua privacidade de volta e poderia encontrar uma forma de se recuperar,
para relaxar e pensar em um retorno. Declaradamente o pop star foi convidado a abrir um vinhedo ou um parque de
diversões, mas Jackson não estava interessado. Michael Jackson tinha grandes
planos, mas no momento, ele só queria deixar o pesadelo para trás.
Meses
depois eu contatei o juiz Rodney Melville que escreveu uma ordem judicial
permitindo que eu revisse e fotografasse todas as evidências do julgamento
criminal. Eu gastei tempo fazendo várias viagens a Santa Maria, analisando
documentos, colhendo fotos da privada Neverland de Michael, gravando todas as
evidências que eu tinha visto durante o julgamento, requerendo cópias das
transcrições.
Eu
tive uma epifania quando em estava no porão do complexo da Corte Superior de
Santa Maria, revendo horas de filmagens nunca mostradas. Com uma funcionária da
corte monitorando minhas anotações, eu pausei no momento em que o acusador
disse ao policial que ele “não tinha certeza” sobre certas coisas. Eu revi a
gravação da entrevista do policial com o acusador e perguntei a funcionária da
corte o que ela pensava daquilo. Eu queria saber se ela tinha filhos, se
garotos de treze anos já sabem sobre a sexualidade deles. A funcionária da
corte olhou para mim e balançou a cabeça.
“É
claro que garotos sabem disso”, ela disse, “certamente, na idade de treze
anos.”
Com
isso, eu tive minha resposta. Eu decidi contatar um advogado de Jackson, Pearl
Jr., que também tinha me encorajado a escrever o livro sobre o julgamento de
Jackson, de qualquer modo, eu continuava sentindo que iria lutar uma árdua
batalha.
Poucas
semanas depois, eu encontrei Tom Mesereau, não uma, mas duas vezes. E eu tomei
isso com um sinal.
Eu
senti que, não importava o que a mídia, os céticos, e até mesmo meus amigos e
familiares tinham a dizer, eu precisava me levantar por Michael Jackson. Quando
comecei a escrever, percebi que as pessoas em todos os lugares estavam fazendo
piadas de mim. Um livro pró-Jackson? Impossível.
Quanto
mais as pessoas me provocavam, me incitavam, mas furiosa eu ficava. Como eu
lutei por milhares de páginas de transcrição do julgamento, com pessoas me
desencorajando no início, eu comecei a pensar que o livro nunca seria feito.
Isso se tornou meu trabalho mais árduo e, às vezes, parecia que eu tinha o
mundo nos meus ombros.
Eu
me perguntei se Michael tinha vivido sua vida desse jeito.
Para
manter meu espírito elevado, eu continuei pensando em Michael dizendo olá para
mim durante o julgamento. Isso aconteceu no hall
durante um intervalo, e u estava olhando para ele como se ele fosse uma
figura de cera. De repente, Michael olhou para mim e disse “Ei!”
Quando
ele falou, isso me assustou.
Ele
estava sendo engraçado, e eu adorei.
As
pessoas sempre me perguntam se eu conheci Michael, e eu digo a elas que sim.
Mas, na verdade, eu nunca me apresentei a ele e, certamente, ele não me
conhecia.
Uma
única vez eu fiz a ele uma pergunta para a imprensa. Isso foi no começo, quando
Jackson ainda estava respondendo às perguntas da imprensa e eu perguntei a ele
se estava falando com seus fãs nos portões de Neverland. Michael já tinha
passado pela multidão da imprensa, mas ele se voltou, olhou para mim e disse: “Eu
amo meus fãs, eu amo meus fãs!” Era como se eles fossem as únicas pessoas que
importavam.
Eu
espero que este livro atinja mais que os apoiadores de Jackson e pegue milhões
de pessoas que tem sido crédulas em relação aos tabloides, demais. Se a verdade
prevalecer, de um jeito ou de outro, as pessoas irão abrir seus corações.
Aphrodite
Jones
1º
de março de 2007
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Sesini duyur!