“I Wann Be Where You Are”
“I Wann Be
Where You Are”
Na
manhã seguinte, Tom Mesereau disse aos jurados que ele provaria a eles, através
do testemunho dos empregados e de visitantes de Neverland, que os garotos
Arvizos ficaram fora de controle, quando estavam no rancho de Michael. Mesereau
queria deixar claro ao júri que a acusação de álcool contra Jackson não
sobrevivia sozinha. Ele queria que o júri compreendesse a natureza da acusação:
o promotor estava alegando que Michael Jackson tinha dado álcool os menores
especificamente com o propósito de molestar a jovem vítima de câncer, Gavin.
“A
acusação de álcool está diretamente ligada às alegações de abuso sexual.”
Mesereau explicou. “Um não existe sem o outro, nesta acusação de álcool. E o
senhor Jackson absolutamente nega isso.”
Quando
Mesereau detalhou o comportamento dos garotos Arvizos em Neverland, ele contou
aos jurados que os garotos Arvizos invadiram a adega de vinho e pegaram álcool
eles mesmos, explicando que Michael Jackson nem mesmo estava presente no
momento e não sabia nada sobre isso. O advogado disse que os garotos eram
sempre pegos arrombando o refrigerador, bebendo álcool; e roubando álcool de um
armário.
“Há
uma testemunha que dirá a vocês que o senhor Jackson pediu álcool para si
próprio ou para os convidados e as crianças roubaram”, disse Mesereau. “Eles
(os garotos Arvizos) foram pegos intoxicados. Eles foram pegos com garrafas. O
senhor Jackson não estava por perto. Nós provaremos a vocês que eles agora
estão tentando dizer que ele estava por trás de tudo isso. Mas é falso.”
O
advogado de defesa descreveu o comportamento dos garotos Arvizos em Neverland,
declarando que, no começo, eles pareciam ser bem comportados, mas com o passar
do tempo, as ações deles mudaram radicalmente. Mesereau deu exemplos e falou
sobre a área de recreação de Neverland e como um trabalhador que era
responsável pelo passeio “ficou chocado e horrorizado” ao saber que os garotos
Arvizos tinham memorizado os códigos dos brinquedos e deram voltas, sozinhos,
na Roda Gigante e foram vistos atirando coisas nos elefantes e nas pessoas.
“Nós
provaremos que eles fizeram o mesmo com vários códigos da casa. Eles (os
garotos Arvizos), de alguma forma descobriram um jeito de vaguear à vontade
pela casa, quando o senhor Jackson nem mesmo estava na cidade”, Mesereau disse.
“Eles, na verdade, eram pegos no quarto dele. As testemunhas irão testificar estes
fatos. Eles estavam fora de controle.”
Quando
Mesereau fez referencia às “revistas femininas” encontradas na casa de Jackson,
ele disse que o senhor Jackson livremente admitiu que lesse Play Boy e Hustler, de quando em quando, pedindo a um dos empregados que
buscasse em uma loja local. De qualquer modo, Michael nega, absolutamente, que
tenha mostrado as revistas para estas crianças. Na verdade, Mesereau disse, as
revistas que Sneddon alegou que Jackson usava para atrair os garotos Arvizos,
estavam em uma pasta trancada, escondida em um armário.
“O
senhor Jackson contará a vocês que encontrou os garotos com as revistas dele e
as tomou deles, guardando-as em uma pasta” Mesereau insistiu.
Quanto
ao documentário de Bashir, o que seria a primeira evidência a ser exibida no
tribunal, Mesereau queria enfatizar que Michael Jackson não recebeu nada por
ter participado daquele projeto. A negociação original entre Jackson e Bashir
especificou que qualquer lucro proveniente daquele projeto iria para a caridade
na Inglaterra. Na verdade, Jackson e Bashir falaram sobre 250.000 libras
destinadas à caridade.
A
doação, segundo o advogado de Jackson, foi a razão para ele concordar em fazer
o documentário. Se no passado Michael foi acusado de fazer “declarações” que
eram de autoengrandecimento ou autoindulgentes, certamente não era o caso com o
documentário de Bashir. Em seu trato com Martin Bashir, Michael concordou em
abrir a casa dele, baseado inteiramente em seu desejo, e promessa de Bashir, de
produzir um filme que ajudaria crianças no mundo inteiro. Mesereau pontuou que
Jackson acreditou em Bashir de todo coração, o ícone pop sentiu que não havia
necessidade de negociar com o jornalista britânico. Jackson foi tão confiante
que não sentiu necessidade de longas reuniões sobre horários e preços.
“Michael
acreditou que Bashir o apresentaria de uma perspectiva apropriada, honrada e
honesta”, Mesereau adicionou. E não foi o que aconteceu.
“Nós
provaremos a vocês que o senhor Jackson, em razão da presença dele em todo o
mundo na indústria da música, continuamente atrai pessoas que estão em busca de
lucro”, Mesereau disse aos jurados. “Nós provaremos a vocês que isso criou um
problema na vida dele e aqui está o problema que existe: o senhor Jackson é um
artistas. Ele é chamado de gênio musical. Ele é uma pessoa criativa que dança à
batida de um tambor diferente.”
“O
senhor Bashir demonstrou surpresa quando Michael disse a ele ‘Eu tenho uma
árvore na propriedade e muitas vezes eu subo e fico sentado naquela árvore
sozinho e fico em paz, imóvel e medito. E muitas vezes, Deus me dá uma faísca
criativa que eu preciso para fazer o trabalho em que sobressaio.”
“Nós
provaremos a vocês”, Mesereau disse “que o senhor Jackson sempre se levantará
às três da manhã, em ponto, em Neverland. Ele caminhará sozinho pela casa e ele
caminhará sob as estrelas, sob a lua, sob o céu. Ele irá meditar no jeito dele
e esperará que idéias e inspiração venham.”
No
dia em que os testemunhos começaram, Michael se vestiu como um general militar,
usando braçadeiras douradas, colete vermelho, e casaco com enfeites dourados,
ficando completamente em silencio enquanto estava sentado atrás da mesa de
defesa. Michael sempre ficou quieto. Ele tinha uma espécie de domínio
silencioso sobre as pessoas. Katherine e o irmão Jackie, eram os únicos membros
da família com ele e naquela manhã, assim que Michael se aproximou da mesa de
defesa Katherine se esticou e tirou uma lã solta do casaco dele. Já a penúltima
das mães, Katherine era a essência da graça sobre pressão.
Como
fez todos os dias, Michael sorriu para os jurados, quando eles se reuniram. Os
óculos de aro de metal fizeram-no parecer muito mais sério e adulto que nunca.
Quando o procedimento começou, falando em sussurros, o pessoal da mídia
apontaria coisas como o pó branco da maquiagem de Michael. A mídia gostava de
fofocar sobre coisas obscuras, procurando por novos motivos para atormentar o superstar. As pessoas da mídia falavam
sobre ele como se ele fosse um palhaço. Pelas costas dele, havia uma incessante
fofoca. Mesmo dentro do Tribunal de Justiça da Califórnia, onde as coisas eram
reais e sérias, onde as ações de Jackson não davam aos repórteres nenhuma razão
para dizer que ele era maluco ou esquisito, isso era tudo que as pessoas
estavam esperando.
A
mídia comentava sobre a pele dele ser clara. Eles se perguntavam sobre o
vitiligo de Michael, a condição dermatológica que resulta na perda da
pigmentação e manchas brancas na pele. Muitos estavam certos de que Michael
escolheu alterar a cor da pele. Algumas pessoas estavam com raiva que Michael
nunca admitiu isso. Muitos pensavam que Ra direito deles julgá-lo por isso.
Embora
Michael tenha explicado a condição de pele dele em uma entrevista para TV,
falando sobre a dor emocional que ele sofria por ter a pele manchada, muitas
pessoas se recusavam a aceitar a estória dele. Em vez de ver Michael como uma
pessoa que transcendia raça, muitos americanos pareciam perplexos com a pele de
Jackson. E acreditavam que o superstar
tinha deliberadamente clareado a pele.
Gary
Coleman, um ex-apresentador de TV, que estava do lado de fora do tribunal,
fazendo comentários para um programa de comédia, já tinha começado a fazer
piadas sobre Jackson. Logo no início, Coleman observou que Jackson tinha
encontrado um júri de iguais.
“Ele
não é negro desde 1988”, Coleman satirizou.
Quando
a promotoria apresentou o caso principal dela, eles primeiro disseram para
Martin Bashir tomar posição. Um jornalista de TV britânico que tinha sido da BBC, que tinha trabalhado no negócio por
vinte anos, contou ao júri que antes do documentário de Jackson ele tinha feito
um filme sobre “Amores Satânicos” e tinha produzido um filme de uma hora sobre
um serial killler. Estas foram as
aspirações de Bashir à fama, antes de 1995, quando ele arranjou uma entrevista
com a princesa Diana que foi transmitida pela ITV, uma grande rede comercial da Inglaterra.
Quando
Bashir entrou no tribunal pela primeira vez, Katherine Jackson se levantou e
saiu. Ela não poderia ficar sentada na mesma sala com o homem que enganou o
filho dela tão descaradamente. Embora Katherine tivesse participado do
documentário, era evidente que ela estava desgostosa com o conteúdo dele; e
furiosa com mais esta “armadilha da mídia” em que o filho dela tinha caído.
Bashir
contou aos jurados que o documentário Living
With Michael Jackson, produzido
pela Granada Productions foi
transmitido primeiramente em fevereiro de 2003. E como o documentário foi
oferecido como evidência, o juiz advertiu ao júri de que o DVD não foi
apresentado como prova. O juiz explicou que o DVD continha passagens que
poderiam ser identificadas como “provas”, avisando ao júri que considerasse o
resto do programa como boatos.
Então,
quando a primeira exibição começou a ser apresentada em uma gigante tela na
Corte, o júri e a platéia do tribunal foram transportados para um mundo onde
eles foram lembrados da imagem “maior que a vida” de Michael. Enquanto eles
estavam atentos, olhando para o pródigo lugar de Jackson, chamado Neverland,
eles foram cativados pelo ícone que era Michael Jackson. Todo mundo no tribunal
estava saltando, escutando o som dele, o qual Bashir tinha ostensivamente usado
no plano de fundo. Quando a música de Michael encheu o tribunal, fez as pessoas
se mexerem e balançarem. Alguns dos jurados estavam tamborilando as mãos nas
batidas da música e até Michael foi incapaz de parar de balançar a cabeça com o
ritmo.
Era
como assistir a um filme de deboche, vendo a parte de Bashir.
E,
no início, quase parecia divertido.
O
júri assistia enquanto Michael Jackson falava a Bashir sobre o parque de
diversões e como ele adorava andar nos brinquedos. Eles perceberam uma
intimidade quanto à entrevista, uma intimidade de Michael que a maioria das
pessoas nunca tinha visto antes. Michael estava desnudando sua alma. Ele estava
sendo sincero sobre por que ele gostava de andar nos brinquedos e de crianças e
de brincadeiras. Quando ele e Bashir se aproximaram da espetacular área do
parque de diversões, Michael confidenciou que ele considerava a Roda Gigante
relaxante. Ele contou a Bashir que passeava durante a noite, frequentemente
sozinho.
No
tribunal, Martin Bashir, que tinha abaixado a cabeça quando sentou na tribuna,
relutava encarar Michael Jackson do banco de testemunhas. Durante a exibição do
documentário, por praticidade, Bashir pode se sentar com o resto das pessoas no
tribunal e ele parecia zombar do resto da mídia, quanto mais não seja, Bashir
parecia exalar uma atitude superior.
Havia
algo de presunçoso nele.
Ele
foi esperto e sentia orgulho de si mesmo.
Enquanto
os observadores do tribunal assistiam ao DVD, ficou claro o sotaque britânico
de Martin Bashir, a voz doce dele escondendo a astúcia, absolutamente
fascinaram Michael Jackson. Todo mundo assistiu como Bashir seduziu o supertar. O jornalista britânico
cortejou tanto, demonstrou-se tão fascinado pelo incrível talento de Michael.
Para Bashir, foi fácil como roubar doce de criança. Com cada cortesia e
promessa, o jornalista foi capaz de levar o Rei do Pop a abrir-se sobre tudo no
mundo dele. De alguma forma, Bashir tinha ganhado tanta confiança, que nada
sobre Jackson foi considerado fora dos limites.
No
final, Bashir tinha usado Michael Jackson para conseguir uma grande façanha da
mídia.
Agora,
com o documentário exibido, os jurados ficavam olhando para Neverland com
admiração, eles assistiram Michael alegremente levar Bashir em um carrinho por
duzentos e setenta acres de propriedade conhecida como Neverland. Jackson
estava agindo como uma criança, a voz dele estava cheia de excitação enquanto
os dois brincavam na pista de karts.
E Bashir atuou o tempo todo, fingindo estar feliz por brincar feito uma
criança.
Bashir
competiu com Jackson, dirigindo pela pista de corridas de Neverland e foi tudo
muito divertido. Ou pelo menos parecia. Então, de repente, Bashir usou o kart dele para cortar Jackson e o júri
assistiu Michael gritar “Ele está trapaceando, hei, ele está trapaceando!
Como
essas palavras soaram verdadeiras.
Bashir
queria estar em qualquer lugar que Michael estivesse. E ele tinha acesso total
à vida privada de Michael. Mas como foi demonstrado, Bashir usou aquele acesso
para zombar de Michael. Ele negociou com a boa vontade de Michael e tendo
vendido o documentário para a rede ABC nos
Estados Unidos, Bashir aterrissou em uma nova carreira, com substancial salário
no escritório da ABC television, em New York.
Por causa do documentário de Jackson, Bashir se tornou um dos correspondentes
do Prime Time,para ABC News, um colega de Barbara Walters.
Quando
o DVD continuou a ser exibido para os jurados, Martin Bashir, que era o personagem
central daquela peça, tinha um olhar estranho no rosto, sentado dentre a
audiência do tribunal, assistindo às pessoas enquanto elas julgavam a
inteligente obra dele. O que os jurados poderiam perceber enquanto eles
estudavam a entrevista de Bashir, assistindo ao jornalista agir como se ele
sentisse uma completa admiração pelo pop
star,era propaganda enganosa de Bashir. Em retrospecto, Bashir foi um
absoluto traidor. Não demorou muito para que os jurados escutassem a voz de
Bashir passar de doce a ameaçadora no documentário.
Enquanto
Bashir sorria e brincava com Jackson, os comentários dele ao fundo insinuavam
que havia alguma coisa muito errada na vida privada de Jackson. Como a obsessão
de Jackson pelo próprio rosto e o relacionamento dele com crianças.
“Como
você escreve uma música?” Bashir perguntou. “Ensine-me!” Bashir pediu, implorou,
a Jackson que mostrasse a ele como dançar, como cantar.
Michael,
que parecia constrangido, disse que era tímido. Ele disse que estava embaraçado
e não queria se levantar e dançar diante da câmera. Porém, persuadido pela
fingida curiosidade de aluno de Bashir, Jackson concordou em fazer o Moonwalk.
Quando
Michael deslizou pelo soalho de madeira, Bashir fez uma débil tentativa de
acompanhá-lo. Era um feio jogo que Bashir estava jogando. Ele puxou o saco de
forma indizível, ansioso para deixar o artista confortável e feliz. Enquanto os
observadores no tribunal assistiam, ficou claro que Michael estava gostando de
ter atenção, que ele gostava de ser tratado como uma “pessoa especial”. Bashir
parecia saber trabalhar com as fraquezas de Michael, o jornalista o elogiou ao
oitavo céu.
“Deslize
para trás com seu calcanhar, não com os dedos dos pés”. Disse Michael.
Mas
era óbvio que Bashir não poderia dançar coisa nenhuma. Bashir estava apenas
procurando por interessantes imagens. E a câmera dele mudou de Michael para uma
pintura que estava pendurada acima. Era uma pintura de Michael como uma figura
angelical, cercado por querubins de todos os credos e cores. O foco na pintura,
assim como Michael falar sobre a composição dele, sobre como a música “vem
quando ela quer”, era a tentativa de Bashir em fazer Michael parecer obcecado
por si mesmo.
Quando
os jurados começaram a ver as imagens do lar de Michael, Neverland, decorada
com castelos e salas de brinquedos e manequins de tamanho real por toda a
parte, alguns deles pareceram atordoados em ver uma sensibilidade infantil que
ofuscou a suntuosidade da casa de Michael. No entanto, eles balançaram com o
ritmo quando as batidas do clipe dos Jacksons 5 foram ouvidos e, de novo,
Michael dançou e balançou quando um dos hits
musicais dele foi tocado através dos alto-falantes do tribunal.
Michael
falou sobre Neverland, dizendo “Eu sou Peter Pan em meu coração.” Ele explicou
que se identificava com Peter Pan, porque Peter Pan representava tudo que
crianças, mágica e o que era maravilhoso significavam. Michael abriu uma
especial exceção a Bashir, mostrando a ele a “árvore das dádivas”, o local onde
ele subia para ficar sozinho e escrever a música dele. Michael listou várias
músicas que ele tinha escrito lá, “Black or White e “Heal The World” entre
elas.
“Vamos!
Você não vem?” Michael perguntou a Bashir. “Este é um grande segredo. Eu nunca
mostrei a ninguém minha árvore das dádivas. Você não quer subir nela?”
Mas
Bashir não queria subir em árvores. Ele parecia ter outras coisas em que
planejava subir: na escada corporativa e na estrada da fama. Para Bashir aquela
era a árvore do dinheiro. Ela ofereceu uma visão jamais vista de Michael
Jackson. Jamais.
“Você
não sobe em árvores?” Michael perguntou aturdido.
“Não,
eu não subo” Bashir disse.
“Você
está perdendo!” Michael disse a ele enquanto largava a sombrinha e subia nos
galhos.
Bashir
queria saber como subir em árvores poderia possivelmente ser a coisa que
Michael mais gostava de fazer. Ele perguntou se Michael não preferia fazer amor
ou se apresentar. Michael pareceu confuso que Bashir tivesse questionado o
momento de alegria dele e disse que enquanto nada se comparava a apresentar-se,
subir em árvores e guerras de balões de água eram os passatempos favoritos
dele.
Bashir
não ficou no assunto de passatempos por muito tempo. Ele queria superar o
talento de Michael, ultrapassar os presentes musicais de Michael. Ele queria
falar sobre o privado mundo pessoal de Michael e não demorou muito tempo para
que ele chegasse a um assunto que fez Michael chorar.
A
platéia no tribunal ficou em silêncio enquanto Jackson era impelido a falar
sobre como ele perdeu a infância. Enquanto ele era questionado sobre ser disciplinado
pelo pai, enquanto ele era pedido para detalhar sobre as surras que ele e os
irmãos receberam quando crianças, o corpo de Michael estava balançando e
tremendo. Segundo Michael, se eles não se apresentassem dentro dos padrões de
Joe, ele e os irmãos apanhavam.
Para
a família de Michael o documentário deve ter sido muito doloroso de assistir.
Quando o documentário se tornou mais pessoal, Michael ficou visivelmente
chateado, sentado atrás da mesa da defesa, e Katherine e Jackie também estavam
tremendo. Para Bashir Michael confidencio que Joe tinha tratado todos os
garotos com rígida disciplina, que ele batia neles com um sinto, que ele
bateria nos irmãos dele com fios de metal, com qualquer coisa que ele
conseguisse alcançar.
“Eu
me lembro de escutar minha mãe gritar, ‘Joe, você vai matá-lo! Você vai
matá-lo!” Michael admitiu. “Ele não conseguia me pegar na metade das vezes, mas
quando ele conseguia, era ruin. Nós tínhamos pavor dele. Pavor. Eu penso que
ele não percebeu, até hoje, como nós tínhamos medo.”
Michael
confidenciou que ele tinha tanto medo do pai que, às vezes, ele desmaiava e os
guarda-costas precisavam erguê-lo. Estava claro que as memórias dos trinta
primeiros anos eram muito vívidas para Michael.
“Ele
não deixava que o chamássemos de papai”, Michael sussurrou. “Ele dizia ‘Eu sou
o Joseph para você. Eu não sou papai ’Por isso eu faço o oposto. Eu não deixo
meus filhos me chamarem de Michael. Meus filhos me chamam de papai.”
Os
observadores do tribunal assistiram enquanto Bashir acompanhava Michael pelo
mundo, uma orgia de compras em Las Vegas,
juntou-se a Michael na luxuosa suíte de hotel dele, onde os dois conversariam
sobre assuntos privados, íntimos. Quando ele falou sobre a primeira paixão
dele, Tatum O’Neal, Michael tinha uma atitude muito tímida em relação a sexo.
Michael admitiu que na juventude ele não poderia se permitir “fazer isto” com
Tatum. Ele se desculpou por revelar aquela verdade e contou a Bashir que
voltando a quando ele era jovem, ele era “muito tímido” para permitir que as roupas
dele fossem tiradas.
Depois,
quando eles se aproximaram do shopping de Las
Vegas para fazer compras extravagantes, Bashir quis saber se Jackson
comprava jóias.
“Eu
compro jóias para minha mãe, para Liz Taylor e para a garota que eu gosto no
momento”, Jackson disse.
“Você
tem uma agora?” Bashir perguntou.
“Não.”
No
shopping de Vegas, Michael não pode
esperar para subir as escadas para a loja favorita dele. Ele queria mostrar a
Bashir todas as belas peças ornamentais de arte e mobília que ele tinha recentemente
comprado. Jackson apontou para um aduzia de urnas gigantes, então ele focou em
duas grandes peças de mármore, que custava $275, 000 cada. Enquanto Michael
andava pela loja, Bashir pontuou que oito por cento do lugar tinha siso
comprado por Michael. Bashir questionou o volume dos gastos dele e Jackson como
uma criança jogando um jogo, apontou para o gerente da loja e disse “Mas ele
vai nos dar um desconto. Celebridades também gostam de barganhar!”
Enquanto
o documentário evoluía ficava óbvio que a barganha que Michael tinha feito com
Martin Bashir foi um completo e absoluto erro. Bashir estava recebendo tudo de
graça. Da aberta tristeza de Michael por ter sido ridicularizado por ser um
garoto com o rosto cheio de espinhas a sem precedente visita aos três filhos de
Michael. E, continuando, Michael tronou-se um veículo para Bashir, uma vítima
involuntária em um castelo de cartas que estava prestes a cair sobre ele.
“Você
tenta dar ao sues filhos uma vida normal?” Bashir queria saber.
“Sim”,
Michael disse.
“Você
os manda para a escola?”
“Não.
Eu vi o que aconteceu comigo” Michael disse. “Inveja. Os professores poderiam
tratá-los diferente.”
“Você
pensa que eles podem ter uma vida normal” Bashir perguntou.
“Não.”
Bashir
pressionou Michael a falar sobre a mãe dos filhos dele, querendo saber se as
crianças sentiam falta da mãe, querendo saber quem era a mãe do filho recém-nascido
dele, Prince Michael II, no que se tornou conhecido com o incidente “do bebê
balançado”. Marin Bashir se juntou a Michael pouco depois da cena ter ocorrido,
assim, ele teve acesso direto ao mais novo escândalo de Michael, ao qual
Michael não via como um escândalo de jeito nenhum. Com as câmeras de Bashir
gravando, os fãs de Michael permaneciam do lado de fora do hotel, gritando para
ele voltar à sacada e o pop star
queria acalmá-los.
Jackson
atirou um travesseiro para os fãs, o qual ele tinha assinado “Com Amor”. Os fãs abaixo sopraram beijos para Michael,
eles estavam gritando para ver mais dele. Alguns cartazes que seguravam diziam:
“Dane-se a imprensa, Michael, você é o melhor.”
Quando
Bashir perguntou o que as frases significavam, Jackson disse a ele: “Veja o que
eles fizeram a pobre Lady Diana. Isso foi doentio. Ela foi caçada por estas
pessoas. Eu odeio os tablóides. É ignorância. Eles deveriam ser todos
queimados.”
Bashir
mencionou que uma tempestade estava se formando sobre o bebê Prince Michael II,
que Michael chamava “Blanket”. Bashir queria que Jackson explicasse por que ele
tinha segurado o bebê do lado de fora da janela, dizendo a Jackson que a mídia
o estava atacando. Ele queria deixar o astro agitado.
“Nós
estávamos acenando para milhares de fãs lá embaixo”, Michael disse a ele. “Eu
não estava tentando matar meu filho. Por que eu atiraria o bebê da sacada? Eu
estava segurando o bebê com braços fortes. Por que eu iria querer machucar o
bebê? Que ignorância. Eles queriam ver o bebê e eu o mostrei a eles.”
Da
perspectiva de Michael, ele não tinha feito nada de errado. Para muitos dos
observadores no tribunal, assistindo à cena pelo ponto de vista de Michael,
assistindo a Michael mimar o nenê dele, balançando Blanket nos joelhos dele,
alimentando com uma mamadeira, tentando acalmar o bebê que evidentemente não
gostava das câmeras de Bashir. Toda a coisa parecia muito inocente. Na verdade,
parecia que Michael não era tão louco, afinal.
Estava
claro que a cena na sacada de Berlim aconteceu porque Michael queria agradar aos
fãs. Havia milhares de pessoas lá fora, em frenesi, borbulhando abaixo da
sacada dele, implorando a Michael que lhes mostrassem o filhinho dele. Quando
Michael saiu para sacada, ele rapidamente ergueu o bebê, então os fãs puderam
pegar um relance.
Para
os fãs de Jackson, no tribunal, era perturbador sentar e assistir ao inocente
gesto de Jackson em Berlim, quando comparado a filmagem da mídia americana, que
foi rodada tantas vezes. A mídia mostrou o filme de Jackson de uma forma que o
fez parecer louco, sempre com perversos comentários e rumores sobre Jackson ter
os filhos afastados dele. A mídia não se cansava do “bebê balançando” de
Jackson e eles insistiam na irresponsabilidade dele como pai.
Não
surpreende que Jackson odeie a mídia.
Foi
irônico que ele admitisse isso para Bashir.
Quando
o documentário de Bashir continuou a ser rodado, a obra tornou-se mais antagônica
a Jackson e alguns observadores do tribunal acreditaram que Bashir estava
pronto para humilhar Jackson em cada oportunidade. Quando Michael foi a um
passeio no zoológico com os filhos, Bashir fez Jackson parecer uma pessoa nada
razoável, por querer acompanhar os filhos dele a um passeio em público, onde
eles poderiam ser sujeitados a paparazzis.
Bashir estava sugerindo que, tivesse Michael ficado fora de cena, os filhos,
Prince e Paris, nunca teriam sido sujeitados a tão profunda histeria, pontuando
que Prince quase foi pisoteado pelos paparazzi.
Michael disse que não confiava em ninguém para levar os filhos dele para sair.
Ele disse que era super protetor porque ele os amava mais que a vida.
Para
o final da filmagem, quando Bashir voltou a atenção dele a Neverland, todos
viram Jackson gastando um dia em Neverland com um grupo de crianças
desfavorecidas. As crianças fizeram uma alegre tour por Neverland no trem de tamanho real de Jackson e Michael
agia como uma criança, comendo picolés com eles, muito feliz por observar
crianças do gueto com brilho nos olhos.
Então,
do lado esquerdo do campo, Bashir, de repente, fez referência aos “milhões” que
Jackson pagou a um garoto com quem tinha dormido dez anos antes. Quando a
sinistra voz de Bashir encheu a corte, o documentário transformou-se em uma
cena envolvendo Michael e as crianças Arvizos. Gavin, Star e Davellin. O que
mudaria o tom da conversa completamente.
Michael
foi exibido com o garoto de doze anos, Gavin, enquanto Gavin descansava a
cabeça no ombro de Michael e os dois estavam de mãos dadas. Michael falou sobre
como era maravilhoso que Gavin, não há muito tempo, tivesse tido um câncer.
Michael disse que os médicos declararam que Gavin estava morrendo e Jackson
estava muito contente por ver Gavin saudável e feliz. Jackson disse que tirava
inspiração das crianças, contando a Bashir: “Eu vejo Deus no rosto de cada
criança”
Aquele
comentário seria mais tarde base para sátiras e mais condenações de Jackson por
parte da grande mídia, que era capaz de usar isso para gargalhadas e
risadinhas.
Mas,
no tribunal, nada naquela filmagem parecia engraçado e o promotor estava
quieto, focado em ter o júri concentrado no comentário de Jackson sobre ter
Gavin e o irmão dele dormindo no quarto dele com ele. No documentário, Jackson
disse que ter crianças dormindo não era sexual. Ele insistia que dividir a cama
era uma coisa carinhosa de se fazer. Michael disse que hospedou os garotos
Arvizos, além do amigo, Frank Cascio, para a noite, esclarecendo que ele e
Casio, na verdade, dormiram no chão, então Gavin e o irmão dele puderam dormir
na cama.
Quando
essa cena foi exibida por todo o tribunal, parecia uma chuva fina, muitas
cabeças estavam balançando de um lado pra o outro, perguntando-se por que o pop star escolheu dividir o quarto dele
com dois jovens garotos.
Olhando
para as pessoas sentadas na tribuna do júri, parecia haver uma tremenda
desaprovação ao estranho comportamento de Michael Joe Jackson com Sneddon
transmitindo um distorcido conceito sobre isso, ninguém entendia por que
Jackson tinha crianças no quarto dele. O promotor sentiu muito, muito orgulho
de si mesmo, especialmente desde que o júri parecia completamente
desconcertado.
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Sesini duyur!