“Rock With You”
“Rock
With You”
Com
o julgamento a toda velocidade, a fofoca da TV em torno disso adicionou uma
dimensão surreal, não apenas nos cabos de notícias, mas nos programas de
entretenimento em todo o mundo.
O
E! News queria colocar os
telespectadores dentro do tribunal e as redes a cabo, conhecida por apresentar
as notícias de forma exagerada, conhecida por promover Paris Hilton e Nicole
Ritchie e outras “bonequinhas”, estavam apresentando uma séria reconstituição
do julgamento.
Comandado
por James Curtis, a apresentação da E!
News do julgamento de Michael Jackson prometia ser um sucesso. Uma
reconstituição de julgamento tinha sido transmitida com sucesso durante o
julgamento civil de O.J. Simpson e agora,
E! News para capitalizar mais uma vez, usava o barulho de Jackson para
trazer à audiência de fãs famintos de Jackson, que não tinham meios de saber o
que estava acontecendo no tribunal.
A
ideia parecia boa, mas na verdade, foi um desastre.
O
primeiro erro foi contratar um ator que uma vez tinha parodiado o Rei do Pop em
Scary Movie 3. Não foi culpa do ator.
Não havia nenhum jeito de ninguém representar o Michael Jackson real. A ideia
que a E! News pensou que os fãs de Jackson comprariam disso foi bizarra. Os
fãs de Jackson queriam Michael, não algum ator magricela usando figurino e
camadas de maquiagem no rosto.
Assim
como a mídia, a maioria das pessoas presente no julgamento absolutamente se
recusava a assistir ao programa de reconstituição da E! . Tal como foi, o pessoal da mídia foi esmagado com o horário
difícil, consumido pela constante batalha entre Michael, a mídia e os fãs dele.
A mídia se preocupava com os detalhes engraçados sobre Michael. A ideia de
reviver o que realmente estava acontecendo, assistindo a atores de
segunda-classe, parecia ridículo.
Ed
Moss, o cara que representou Michael Jackson, tinha um trabalho difícil, com os
óculos de aro de metal dele e toda a maquiagem do mundo, ele tentou parecer
pensativo e majestoso, ocasionalmente sussurrando ao “advogado” alguma coisa
fazendo gestos para as “testemunhas”. Mas Ed Moss nunca chegou perto de
representar o ícone pop. Os esforços fracassados dele fizeram o programa parecer
mais surreal.
Para
ser justo, o programa E! era uma
tarefa tão difícil para todos aqueles atores, que se encontraram na estranha
posição de representar um dia de julgamento, baseado na transcrição do
julgamento, que contavam com jornalistas pagos para fornecer os detalhes sobre
o que estava acontecendo ao vivo. O ator que representava o juiz Melville
parecia ser mais duro que o próprio Melville jamais foi e o cara que
representava Tom Sneddon, francamente, não capturou a raiva do promotor.
Sneddon tinha um senso de virtuosa indignação que foi penetrante durante todo o
julgamento, mas nada disso foi transcrito para a produção do E! Quanto a Tom Mesereau, o ator que o
representou, não estava atuando confidentemente. O rapaz não tinha nada da
presença de Tom Mesereau, quem, na vida real, era muito seguro de si mesmo, ele
diminuía o resto do time de defesa, Suzan Yu, Robert Sanger e Brian Oxman.
No
verdadeiro julgamento, foi Mesereau quem lidou com a maioria das testemunhas
para a defesa, ao passo que, para a promotoria, as testemunhas eram divididas
entre três homens: Tom Sneddon, o promotor assistente, Gordon Auchincloss, e o
promotor assistente, Ron Zonen, quem, provavelmente, foi o melhor entre os
promotores no caso. No tribunal de justiça, todos os três promotores pareciam
apresentar uma atitude superior, mas este importante detalhe não foi revelado
na reconstituição na TV.
A
ideia que a E! News queria apresentar
um caso verídico, que eles pensaram que poderiam contratar uma lista de atores
de segunda classe para retirar toda a maquinação daquelas fortes personalidades
em um julgamento criminal, era uma afirmação sobre a arte imitando a vida que
era mistificada. Era inacreditável que os executivos da E! acreditassem que o procedimento criminal serviria como forragem
para o entretenimento. Não somente os atores de segunda classe foram mal em
retratar Michael Jackson e o time de advogados, eles tiveram dificuldade em
imitar personalidades de estrelas como Macaulay Culkin, George Lopez, Cris
Tucker e Jay Leno.
Foi
um circo, mas a rede E! executou o
programa por meses.
Ao
mesmo tempo que a E! News estava
saindo de uma estrela rochosa com a versão deles do julgamento de Michael
Jackson, o Tonight Show, apresentado
por Jay Leno, estava fazendo um esforço público para ter o direito de discutir
o caso tarde da noite na TV. Naquele tempo, o senhor Leno, que havia sido
intimado a testemunhar no julgamento, foi sujeitado à ordem de mordaça de juiz
Melville, a qual proibia qualquer potencial testemunha de falar sobre Michael
Jackson.
Por
anos, Jay Leno regularmente fez piadas sobre a afinidade de Jackson com
crianças e garotinhos. Agora, o artista tinha ajuizado uma moção, requerendo
uma exceção da ordem de mordaça. Leno pediu que ele fosse limitado, somente, a não
ser capaz de revelar nada que ele soubesse de primeira mão em relação ao caso.
“Como
parte do papel dele no The Tonight Show, senhor Leno comenta e
envolve os convidados na notável questão de interesse público”, a moção disse.
“Até o senhor Jackson apresentar ao senhor Leno uma intimação, ninguém pode
arguir que o senhor Leno está limitado de comentar de alguma forma, E discutir,
à vontade, assuntos relacionados ao caso.”
A
moção, apresentada por Theodore Boutrous, esperava esclarecer quanto à possibilidade ou não do senhor Leno
poder fazer, todas as noites, piadas “Jackson” durante o julgamento. O advogado
Boutrous, atuando em favor da NBC,
queria remover a ameaça de sanção legal. O senhor Boutros não queria que a
ordem de mordaça fosse interpretada de forma a limitar as habilidades do senhor
Leno de falar publicamente sobre Michael Jackson.
Enquanto
esperava pelas régras do juiz Melville, como uma forma de contornar as sanções
do tribunal, Jay Leno decidiu fazer outras pessoas no palco fazer piadas sobre
o que acontecia diariamente em torno do julgamento criminal. Era fácil o
bastante ter “desconhecidos” se apresentando para fazer piadas do infortúnio de
Jackson, as pessoas pareciam ansiosas por ajudar Leno.
As
pessoas não tinham problemas em fazer isso.
As
pessoas adoravam fazer piadas sobre a condição de Michael.
Como
aconteceu, o juiz Melville decidiu que o senhor Leno poderia de fato fazer
piadas publicamente sobre o julgamento e limitou a ordem de mordaça apenas ao
conhecimento pessoal de Leno sobre certos fatos sobre os quais o comediante
poderia, eventualmente, vir a testemunhar. Para Jay Leno, uma vez que a ordem
de mordaça foi retirada, todas as apostas estavam lançadas. A estrela da
madrugada voltou sem limites. Fazer piadas era o trabalho dele, como comediante,
mas parecia cruel, realmente, que Leno fizesse mais piadas sobre Jackson
durante o julgamento do que ele jamais tinha feito antes. O senhor Leno, sem se
preocupar, estava adicionando combustível ao tribunal da opinião pública. Um
tribunal que já estava em fogo em razão do estilo de vida de Michael.
“O
advogado de Michael Jackson disse que ele não irá usar a questão racial.
Principalmente porque ele não pode descobri de qual raça Michael é”, Leno
disse, abrindo o monólogo dele para uma enxurrada de risos.
Quando
o Today Show voltou aos velhos
truques, a lista de piadas de Jay Leno sobre Michael Jackson tornou-se muito
longa. Tudo que a mídia estava noticiando diariamente tonou-se forragem para a
equipe de produtores de Leno. Mas não importa o quanto o julgamento parecia
brincadeira, a vida e reputação de Michael Jackson estavam realmente em jogo. A
promotoria não estava brincando sobre colocar Michael Jackson atrás das grades.
Eles queriam que o artista tivesse uma pesada prisão.
No
terceiro dia, Michael, vestindo um terno escuro acentuado por um colete branco
bordado, com uma bugiganga cara pendurada no pescoço, parecia decidido. O
testemunho estava agora em curso com Ann Kite sendo seguida por um dos oficiais
que tinha filmado os brinquedos no rancho Neverland.
Na
sessão matutina daquele dia, Michael carregava uma pequena caixa de presente
atada com uma simples fita vermelha. Quando ele deixou o tribunal no primeiro
intervalo, presente na mão, Michael parou ao lado de Katherine. Com todo mundo
olhando para ele, as pessoas não podiam deixar de pensar que Michael, aquela
altura, ainda era um filhinho da mamãe. Ele amava Katherine e queria que ela
sentisse orgulho dele.
Michael
e Katherine estavam em silêncio enquanto se afastavam dos flashes das câmeras, das câmeras de televisão e da multidão de fãs
nos corredores. Como de costume, Michael pegou o elevador para uma sala secreta
no andar de cima. É claro que ninguém na mídia tinha permissão para perguntar
exatamente onde Michael e a família dele ficavam durante os intervalos. Do lado
de fora do tribunal de justiça, Michael Jackson estava fora do alcance. Durante
os intervalos e recessos os oficiais do tribunal guardavam Jackson como se ele
fosse o presidente dos Estados Unidos. E talvez eles tivessem que fazer isso,
porque nos bastidores havia medo de ameaças de bomba, membros da aplicação da
justiça estavam absolutamente cientes de inúmeras coisas que poderiam sair
errado.
Em
razão da rígida segurança, a situação para as pessoas todos os dias no tribunal
não era agradável. A mídia era relegada a uma área apelidada de “o monstro
verde” um lugar sem aberturas onde especialistas falavam para as câmeras, um
lugar onde as pessoas não podiam se movimentar livremente. De uma forma
estranha esta “prisão” imposta era um reflexo da vida de Michael. A celebridade
de Michael o fez, e a todos em volta dele, prisioneiros. A gigantesca fama
custou a liberdade dele e as pessoas comuns em volta dele sofriam a mesma
aflição.
Às
vezes, Michael parecia no andar inferior poucos minutos mais cedo, procurando
sorrir ou acenar para o s fãs que tinham vencido a loteria dos acentos na área
pública. Mas muitas vezes, os fãs foram expulsos e empurrados para fora do
caminho de Jackson. Em geral, os fãs assim como a mídia eram tratados rudemente
pelos oficiais do tribunal. Parecia que o poder das autoridades tinha subido
para a cabeça das pessoas. O grupo de delegados e de oficiais da lei estava
sempre tentando ultrapassar uns aos outros. Algumas vezes levando o papel deles
a sério de mais, intoxicados pelo poder deles.
Exatamente
como o por star, todo mundo na
presença dele estava sendo observado como um falcão. O escrutínio público
tornou-se uma rotina para quem estava próximo a Michael Jackson. Todo movimento
era monitorado e todo mundo sabia que se houvesse um movimento errado, custaria
caro. Desde o primeiro dia de julgamento certos fãs foram banidos
permanentemente do tribunal por agir de foram errada. Regularmente, haveria
membros da mídia que seriam chutados para fora se eles inadvertidamente
trouxessem celulares ou aparelhos de internete para o tribunal.
Havia
um constante empurra e puxa entre os fãs, a mídia e os oficiais do tribunal,
que pareciam ter extremo prazer em derrubar os pavões da mídia. O pessoal da
mídia não tinha permissão para ter água, não podia mascar chiclete, não podia
sequer sussurrar, quando o julgamento estava em processo. Muitos membros da
mídia queriam ser resgatados da cena, eles queriam a privacidade deles de
volta. Ironicamente membros da mídia não gostavam do sentimento de ser alvo de
escrutínio a cada pequeno movimento que faziam. Eles desejavam encontrar uma
saída, uma escapatória da constante vigilância.
A
mídia observava Michael Jackson lidar com todos os egos de adulto com um
inegável charme, que ficou óbvio, tão cristalinamente claro, por que motivo
Jackson precisou criar uma vida onde estivesse livre das restrições dos
adultos. Dado o constante escrutínio, a constante expectativa dos adultos,
parecia compreensível que Michael tivesse sofrido tanta dor para ter construído
um mundo particular na casa dele. Neverland era a fuga das câmeras de TV, dos flashes, das colunas de fofocas, dos
curiosos, de todo o universo de adultos que o colocou em um aquário desde o
momento em que ele se tornou uma estrela.
Aquela
tarde no tribunal, o delegado Albert Lafferty tomou lugar para detalhar o
envolvimento dele com a invasão que foi realizada no rancho Neverland, em 18 de
novembro de 2003. Enquanto o delgado testemunhava, confirmando que ele tinha
filmado Neverland, em sua totalidade, os observadores do tribunal escutaram que
eles estavam prestes a ter um vislumbre interno da casa de Michael Jackson. O
jeito que Michael vivia, os cômodos mais secretos dele e todas as coisas
pessoais dele seriam mostradas na tela. Quando o DVD foi inserido, uma imagem
de Neverland surgiu na grande tela do tribunal, pela única vez, o júri, o juiz,
todo o mundo da mídia tinham a chance de examinar a vida privada de Michael
Jackson. Eles ficaram embasbacados com as obras de arte dele, eles fizeram
anotações sobre o quarto de brinquedos dele, as pilhas de quinquilharia,
empilhadas no banheiro e na suíte dele. Que pesadelo para Jackson. Ninguém na
face da terra iria querer que o público visse cada centímetro de seu armário,
seus cubículos, suas gavetas de banheiro.
Albert
Alfferty testemunhou que ele faz parte da unidade forense na divisão criminal
da delegacia de Santa Bárbara, dizendo que era o trabalho dele documentar a
cena do crime, coletar e preservar evidências. Dos setenta membros da justiça
que invadiram Neverland, em novembro 2003, Albert Lafferty foi designado a fazer
uma filmagem e fotografar a residência principal. Lafferty explicou que ele
capturou todas as fotos evidências antes que qualquer busca policial fosse realizada,
e testemunhou que ele documentou a “cena” antes de tudo ser bagunçado pela
força judicial. Lafferty contou ao júri que ele processou as filmagens de
Jackson e as colocou como evidências.
Para
o júri, Lafferty ajudou o departamento de polícia de Santa Bárbara a identificar
as várias construções que foram mostradas nos mapas de Neverland. Pontuando uma
grande vista aere de Neverland, Lafferty
usou um laser vermelho para destacar a Figueroa
Mountain Road, seguindo a rodovia da cidade de Los Olivos para os portões de Neverland Valley Ranch. O oficial pontuou os locais da casa principal, a arcade, a estação de trem, o parque de
diversões e o zoológico.
Enquanto
o laser vermelho de Lafferty movia-se para além dos portões, o oficial mostrou
aos jurados a rodovia privada que circundava Neverland, a qual levava a outro
portão, este ornado como um portão da Disney,
que abria automaticamente, como cabines de controle operadas por manequins em
forma de seguranças, de tamanho real. Música saía dos alto-falantes e uma Neverland
que as pessoas nunca viram um relance, foi mostrada ao júri. Centímetro por
centímetro.
Enquanto
ele pontuava a primeira exibição, Lafferty mostrou o caminho até a elaborada
pista de Michael. Ele explicou aos jurados que estavam olhando para a casa
principal e depois para as unidades de hóspedes, onde pessoas como Elizabeth
Taylor e Marlon Brando ficavam regularmente. Lafferty mostrou aos jurados os
brinquedos do parque de diversões de Michael e, então, moveu-se para a estação
de trem, com um relógio descomunal, peça central de Neverland que a maioria das
pessoas reconhecia das reportagens do mundo todo.
Como
todo mundo viu a filmagem aérea, o nível de riqueza de Michael era
surpreendente. Neverland não era apenas um rancho ou um lugar de diversões. Era
um estado, assentado em duzentos e setenta acres, completo com sua própria
patrulha de segurança, o próprio departamento de bombeiro e uma linda
construção ao estilo Tudor que alojava a arcade
principal, um cinema, uma garagem cheia de Rolls
Royces e um Bentley; assim como a
casa principal, completa com chefes, mordomos, reparadores e pessoal da
limpeza.
O
montante de poder e dinheiro que foi gasto para estabelecer esse lugar era
vivamente evidente. O fato de Michael Jackson ser claramente o habitante mais
rico na área de Los Olivos, era um
fato a ser ponderado. As pessoas estavam se perguntando por que a promotoria de
Santa Bárbara tinha usado mais força policial para invadir Neverland que jamais
usara para pegar qualquer serial killer
na história dos Estados Unidos.
Quando
Tom Mesereau mais tarde questionou por que a força policial precisaria de
setenta pessoas para fazer um inventário de Neverland, ele queria pontuar que,
ao tempo da invasão, Michael nem mesmo estava no local. Portanto, o rancho de
Michael precisar ser invadido por uma pequena força policial, parecia
excessivo.
Enquanto
a filmagem de Neverland continuava a ser rodada, Lafferty disse aos jurados que
a força policial tinha chegado às 09h07min da manhã de 18 de novembro, que eles
começaram a filmar o interior da residência aproximadamente às 09h55min da
manhã e a busca em Neverland não acabou até tarde da noite. Lafferty disse que
ás 08h40min da noite, a busca na residência principal tinha sido completada,
exceto pelo quarto principal. Ele disse que aproximadamente às 10h38min a vídeo
documentação do quarto de Michael começou. Era um suíte de dois andares e
Lafferty levou quase vinte minutos para filmar apenas aquela área.
Antes
de deixar o banco, Lafferty testemunhou que a última coisa que ele tinha feito
na residência foi voltar à formal sala de jantar de Michael, onde o oficial
mandado de busca foi estabelecido. Lafferty filmou o mandado de busca,
mostrando que isso foi deixado para Michael Jackson na residência dele, aquela
noite, quando voltou à delegacia de Santa Bárbara, Lafferty trancou a fita em
um local apropriado da unidade de justiça.
Apresentado
como evidência, People’s exhibit 336,
era um DVD de doze minutos que documentava a privada Neverland de Michael.
O
vídeo começou fora, no vestíbulo principal, onde uma estátua de um mordomo
cumprimentava os convidados. Mas então a câmera rapidamente girou para a
esquerda guiando os jurados para um corredor em direção a suíte de Michael, a
porta da suíte de Michael, embora tivesse um código de segurança. Pôde
facilmente ser aberta pela força policial.
O
vídeo mostrou o primeiro andar do quarto principal, como lareira e uma gigante
sala de estar, completa com um grande piano. Passaram rapidamente pela área do
banheiro menor e subiu as escadas para mostrar a imensa cama de Michael,
coberta com um acolchoado azul brilhante que cintilava. Uma estranha pintura de
Michael como a “The Last Supper”
pendurada diretamente acima da cama.
(Nota
da tradutora: The Last Supper é a
pintura de Da Vinci chamada de “A Última Ceia”)
Era
difícil identificar cada figura na pintura, mas, como Jesus, Michael foi
retratado entre doze homens. Em vez de ver apóstolos os jurados esticaram os
olhos para decifrar quem estava retratado à esquerda de Michael: Abe Lincon,
JFK, Thomas Edson, e Albert Einstein. A pintura estava muito nebulosa para
permitir que os jurados percebessem quem estava sentado à direita de Michael,
mas uma das figuras parecia ser Little Richard.
Era
estranho.
Então,
a imagem da “The Lats Supper”
desapareceu.
Enquanto
os jurados assistiam a representação do DVD, tomando notas sem deixar de olhar
para a tela, a filmagem mudou rapidamente. Fascinados pela visão do santuário
de Michael, as pessoas no tribunal não conseguiam acreditar em nos olhos delas.
Em
um grande vestíbulo, onde as coisas eram organizadas e formais, as pessoas
ficaram impressionadas com os querubins, grandes estátuas de mármore que levava
através da porta de entrada do quarto. Figuras de querubins nus em tamanho
real, de pé no soalho ornamentado, eram ofuscadas por caríssimas tapeçarias,
por pinturas de Michael cercado por crianças de todas as nações que existem.
Porque a câmera se moveu muito rapidamente, pareceu que as estátuas de mármore
destacaram-se. As estátuas dos querubins pareciam mais brancas que a neve.
Os
observadores do tribunal pareciam impressionados com a majestade do hall de entrada, mas então, a filmagem
mudou para um lugar mais aconchegante, a cozinha, mostrando um gigantesco forno
e duas ilhas onde a comida é preparada. Quando a câmera rodou, vários
empregados da cozinha ficaram imóveis. Eles estavam vestidos com um formal
uniforme de “ajudante de cozinha” branco e preto.
A
filmagem mudou então, para mostrar a enorme sala de estar de Michael, onde
havia pelo menos três candelabros pendurados. Entre sofás e a mesa de café
havia muitas urnas gigantes e peças de arte incomuns, era difícil distinguir
qualquer coisa. De qualquer forma, ao longo de uma parede, a formal sala de
estar alojava um suntuoso castelo em miniatura, o qual tinha dois manequins em
tamanho real, guardando-o. O castelo parecia ser uma cópia feita por medida de
um lugar antigo, completado por servos e fosso. Ele ocupava quase um quarto da
sala de estar. Do outro lado da sala, em frente ao sofá uma lareira gigante, uma
estante de caras estátuas e objetos de vidro, tantos que incontáveis.
Esculturas
e manequins enchiam a sala de estar, assim como caras pinturas a óleo de
Michael, uma delas representando Jackson como um rei, outras de Jackson como um
anjo. Havia muito trabalho de arte na sala, parecia uma galeria. Era impossível
imaginar alguém sentado ali, entre todos aqueles objetos de ornamentação e
realmente se encostar e relaxar. A sala de estar não era um lugar, pelo visual
dela, onde Michael ficava. Era um lugar onde Michael despejava parte da vasta
coleção de arte dele.
Quando
a filmagem se moveu para o corredor, mostrando a área do quarto, havia estátuas
de vários tipos, manequins de criancinhas escondendo-se pelos cantos; e o júri
viu um quarto inteiro dedicado às bonecas. Outro quarto estava cheio de
brinquedos em tamanho real, completo pelos personagens de Star Wars e todos os heróis populares, de Homem Aranha a Batman e Superman. O quarto de Prince e Paris foram passados rapidamente e
o vídeo focou no corredor que levava diretamente ao quarto de Michael, que era
muito desordenado, era difícil decifrar o que estava lá. Além de decoração
natalina, livros, pinturas e antiguidades, havia recortes de papelão, que se
assemelhava_ isso parecia_ Hulk Hogan e talvez um demônio. Então, exatamente na
entrada da cama, na área de estar, havia um enorme trono de ouro, o qual
mantinha o manequim de uma criança plantando bananeira.
Para
Michael, crianças eram reis. Essa era a linha em todas as fibras da casa dele.
Em
uma caixa de vidro, no primeiro piso da suíte principal, estavam as figuras dos
sete anões e outras caras coleções da Disney.
Em uma alcova cheia de marionetes, havia uma cegonha carregando um “pacote” de
bebê e uma horda de bichinhos de pelúcia. Em todo o quarto havia personagens de
desenhos animados representados, de Mickey Mouse em Fantasia, às Tartarugas
Ninjas. Figuras de tamanho real e recortes de papelão de pessoas heróicas
incluindo pessoas como Michael Jordan e Bruce Lee. Peter Pan estava
representado em toda a parte. E estava proeminentemente destacado em um mural
na parede.
Fotos
de crianças estavam em molduras por todas as mesas. Imagens de crianças eram
exibidas por toda a cobertura da lareira e todas as paredes do quarto, onde
quer que Michael encontrasse espaço. A desordem fazia o lugar parecer cheio,
mas era chocante ver como Jackson sentia necessidade de se cercar de tantas
“coisas.”
Aparentemente
Michael considerava os objetos uma “companhia”.
Em
uma das paredes, um jardim de pedras preciosas era exibido. A bandeira
americana, uma maçã vermelho-rubi, um enorme coração, todo o tipo de estatueta
preciosa. Proeminente entre eles: Peter Pan e Sininho.
Mas
o DVD mudou rapidamente e os itens preciosos se tornaram um borrão.
No
lugar deles, os jurados começaram a ver gigantes imagens de heróis do esporte,
em papelão. O júri pôde ver inúmeras estátuas feitas em papel mâché , mas como a imagem mudava
rapidamente, dos manequins naturais de personagens do esporte, para personagem
de filmes e imagens de tamanho real de cavaleiros em armadura brilhante, tudo
misturado.
No
armário do piso inferior de Michael, tudo estava extremamente limpo e
organizado. As roupas dele eram arrumadas por cor: uma série de calças pretas,
uma série de camisetas brancas, uma série de camisetas vermelhas. O armário
dele parecia uma boutique muito cara. Aqui estava até uma câmera deslocada. Era
na câmera acima do armário de roupas, onde as prateleiras de Michael estavam
repletas de recordações de crianças e brinquedos não abertos.
No
andar superior da suíte, ao longo do perímetro da cama de Michael, havia
inúmeras figuras do Homem Aranha, chapéus de feltro preto, raquetes de tênis,
brinquedos embalados, pilhas de livros e de CDs, quatro diferentes TVs,
alto-falantes com sistema de som, que pareciam ligados a um elaborado
computador de tela plana, bem como um berço de bebê. O lugar era absolutamente
abarrotado. Próximo a cama brilhante de Michael havia muito para se olhar, era
muito difícil distinguir todos os personagens de desenho animado. Ainda em suas
caixas estavam um Pato Donald, capitão Gancho e Alice nos país das maravilhas e
misturados a outros brinquedos e jogos, havia pilhas de presentes que foram
deixados parcialmente embrulhados.
Este
era o maior quarto de criança do mundo.
Entre
as fotos de Peter Pan, Shirley Temple e Sininho, havia pôster do Mágico de Oz,
Os Três Patetas, Pinóquio, Charlin Chaplin, Star
Wars, Bambi, Indiana Jones, Roger Rabbit, Cantando na chuva, e, é claro, um
pôster em tamanho real de Macaulay Culkin em “Esqueceram de mim”.
Entre
todas as pilhas de videotapes e DVDS,
espalhados entre as crianças em recortes de papelão, bichos de pelúcia,
manequins, trabalhos de arte, jogos de garotos e abajus, não havia nenhuma foto
de Michael. Em vez disso, além de tudo, exibida proeminente na tampa de um
aparador na cabeceira de Michael, estava uma foto de Marilyn Monroe. E próximo
a Marilyn estava um livro sobre o papa João Paulo II.
Ninguém
no tribunal sabia o que fazer disso.
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Sesini duyur!