“We Are Here To Change The World”
“We
Are Here To Change The World”
Quando
o julgamento se desenvolveu completamente, a briga sobre permitir testemunhos
referentes às acusações anteriores contra Michael Jackson tornou-se uma questão
legal, sobre a qual, especialistas não podiam entrar em um consenso. As régras
pareciam ser gerais e uma audiência especial foi realizada sem a presença do
júri. O time de defesa arguiu que as acusações anteriores contra Michael eram
irrelevantes, que o acusador anterior não tinha credibilidade.
Mas
a promotoria queria que o juiz admitisse que o testemunho fosse dado no
tribunal, como uma prova de “má conduta similar”. Se o juiz Melville
determinasse que as alegações anteriores tinham relevância para as acusações
atuais, ele poderia autorizar o testemunho pelo valor probatório. O time de
defesa de Jackson estava ultrajado pelo estratagema da promotoria, arguindo que
qualquer acusação anterior seria usada apenas para envergonhar e humilhar
Michael Jackson.
Especialistas
legais acreditavam que se as alegações de má-conduta anteriores fossem
introduzidas no registro, o júri poderia decidir focar nas alegações anteriores
e, assim, ignorar algumas das “imprecisões” do testemunho de Gavin Arvizo. O
time de defesa repetidamente arguiu que as alegações feitas pelo acusador de
Jackson, em 1993, foram motivadas pelo acordo financeiro que a família Chandler
desejava e lutou veementemente para desacreditar as alegações de Jordie
Chandler, insistindo que o menino Chandler, que aparentemente tinha conseguido
um acordo de 20 milhões de dólares em nome da família Chandler, tinha
apresentado uma estória cheia de buracos.
Do
lado de fora do tribunal, o empresário de longa data de Jackson, Frank Dileo,
afirmaria que Michael Jackson tinha prometido a Jordie Chandler uma carreira no
cinema, dizendo aos membros de mídia que quando a carreira de Jordie não se
materializou, as acusações de abuso sexual emergiram, de repente. Tem havido
alegações de que Chandler admitiu que eles queriam dinheiro, tem havido alegações
de que os Chandlers queriam que Jackson os impulsionasse para a fama, mas
ninguém na imprensa relatava nada sobre isso.
Diante
do juiz Melville, Tom Mesereau não apenas arguiu contra a validade da estória
da família Chandler, ele também arguiu contra a validade das acusações feitas
pelos acusadores anteriores de Michael, prometendo que ele tinha evidências o
bastante para desacreditar cada um deles. O advogado de defesa disse a Melville
que “a promotoria está tentando apoiar um caso fraco” trazendo meninos cujas
estórias são “cheias de problemas”. Mesereau arguiu que as testemunhas que a
promotoria planejava chamar, sobre os alegados atos anteriores, estiveram
envolvidas nos próprios processos civis contra Michael e eram pessoas que
tinham “desejo de vingança”.
“Por
que permitir que eles tragam empregados descontentes que perderam o processo
deles?” Mesereau disse em relação ao testemunho de terceiros, sobre àquelas
alegadas acusações. Mas os argumentos dele não foram ouvidos.
No
final da audiência especial, o juiz Rodney Melville decidiu em favor da
promotoria, tomando a decisão de permitir que fossem apresentados testemunhos
sobre alegados atos sexuais anteriores, não apenas dos acusadores, mas dos
ex-empregados de Neverland que afirmavam ter testemunhado certas atitudes como
terceira parte.
Isso
foi considerado a maior “vitória” para a promotoria. O juiz Rodney Melville
decidiu que ele permitiria que o júri em Santa Maria escutasse os testemunhos
sobre a amizade anterior de Michael com outros cinco garotos, e nesta lista
estava o ator Macaulay Culkin.
Mas
Macaulay Culkin, além de dois outros garotos que foram intimados, iria,
eventualmente, cooperar com a defesa ao
negar qualquer mau ato de Michael Jackson. A única pessoa na lista que
concordou em cooperar com a promotoria foi Jason Francia, o filho da
ex-arrumadeira, que tinha recebido 2 milhões em um acordo por alegar que o pop star tinha feito “cócegas” nele.
Quanto
a Jordie Chandler, o rapaz não desejava testemunhar e parecia que a promotoria
não conseguia localizá-lo. De acordo com pessoal interno, Sneddon não poderia
forçá-lo a sentar no banco de testemunhas. Em substituição à presença de
Jordie, como testemunho de parte terceira tinha sido admitido, a promotoria
ofereceu o testemunho da mãe dele, June Chandler, uma decisão que os
especialistas legais pensaram que seria “devastadora” para a defesa.
A
maioria dos comentaristas de TV previa que a decisão de permitir as anteriores
alegações de abuso sexual seria um grande contratempo para a defesa, um que
eles não poderiam ultrapassar. Ansioso, Tom Sneddon anunciou que ele
apresentaria testemunhas do alegado incidente anterior dentro de duas semanas e
jornalistas prometeram aos espectadores que ao júri de Santa Maria seria
permitido escutar evidências sobre cinco garotos que o promotor alegava terem
sido “aliciados” ou molestados por Jackson.
Era
curioso que ninguém na mídia especulasse sobre a estratégia do time de defesa
em relação àquelas alegações anteriores. Mesereau estava sistematicamente
desenvolvendo uma lista de testemunhas que mostrariam que os dois garotos que
aceitaram dinheiro de Jackson, Jordie Chandler e Jason Francia, tinham
interesses financeiros no coração e tinham contratados advogados para ajuizar
processos civis. No caso de Jason Francia, a mãe dele admitiu, no banco de
testemunhas, que ela vendeu a estória do filho dela aos tabloides.
Para
a imprensa, Tom Mesereau uma vez disse que a única razão para o senhor Jackson
ter feito uma acordo nas duas primeiras acusações feitas contra ele foi porque
os parceiros de negócios dele aconselharam-no a “pagar dinheiro em vez de
enfrentar as alegações”. O advogado de defesa disse à mídia que Michael Jackson
“agora se arrepende de ter feito aqueles pagamentos e percebeu que os conselhos
que ele recebeu estavam errados”.
Fora
da presença do júri, Mesereau confidenciaria que na época da acusação de
Chandler, bilhões de dólares estavam em jogo para todos em volta da “maquina
Jackson”.
Para
uma pessoa comum, 20 milhões de dólares pareceriam um absurdo, talvez uma
quantia obscena a pagar a alguém que, Jackson alegou em defesa própria, estava
tentando extorquir dinheiro. Mas, para Jackson, cuja fortuna era estimada em 700
milhões de dólares naquele tempo, que tinha dúzias de corporações com ele,
lucrando quantias enormes através dele, incluindo Sony, FOX e PepsiCo, 20 milhões de dólares não
parecia muito. As corporações em torno de Michael Jackson queriam manter o nome
dele limpo. Ele era, acima de tudo, o artista mais famoso do mundo.
Com
o caso seguindo em frente em passo acelerado, a promotoria chamou uma estrela
de TV, o comediante George Lopez ao banco de testemunhas. Lopez estava lá para
falar sobre o relacionamento dele com a família Arvizo, com quem ele tinha
formado um laço nos dias quando Gavin foi diagnosticado com câncer, nos dias
quando os meninos Arvizos estavam envolvidos com o acampamento de comédia Laugh Factory.
Vestido
de forma conservadora em terno azul-escuro, usando uma camisa branca engomada
com uma gravata listrada, a estrela de televisão disse aos jurados que ele e a
esposa tinham tentado organizar campanhas beneficentes em nome de Gavin Arvizo
e disse que eles visitaram Gavin no hospital em inúmeras ocasiões. Quando
George Lopez começou a explicar a natureza do relacionamento dele com a família
Arvizo, parecia que o comediante tinha uma “afeição” pela desprovida família
latina. Lopez estava certamente fazendo um caso por eles tentando mostrar
porque ele simpatizava-se tanto com aquelas pessoas.
No
tribunal, embora Michael Jackson estivesse escondido por trás dos óculos dele,
o pop star estava escutando
atenciosamente o comediante. Michael estava estudando George Lopez, talvez se
perguntando como Lopez, que estava sentado a poucos metros à frente dele, tinha
se tornado a primeira pessoa famosa a ser atraída pela família Arvizo. De certa
forma, foi George Lopez quem guiou os Arvizos ao longo do caminhou que acabou
por terminar em Neverland.
Jackson
tentou mostrar pouca emoção, mas era óbvio que ele estava interessado em
escutar sobre a experiência de Lopez. O pop
star estava imóvel, como se eles estivesse escutando o testemunho a
distancia, mas na verdade, ele estava captando cada palavra.
Quando
ele se dirigiu ao júri, o senhor Lopez falou em um tom agradável, um sorriso
luminoso iluminando o rosto dele. O comediante parecia gostar dos Arvizos e
Lopez falou sobre o “acampamento de comédia” no Laugh Factory, descrevendo-o como um programa para crianças
desprivilegiadas. Lopez explicou que participar do grupo de comédia Laugh Factory, era uma chance para ele
ser mentor de crianças que estavam “em risco”.
George
Lopez disse ao júri que ele se envolveu com o acampamento de comédia em 1990,
na época em que ele conheceu as crianças Arvizos e, primeiramente, Lopez não
tinha nada além de coisas legais para dizer sobre a família Arvizo. Ele descreveu
as três crianças como sendo “boas crianças” e mencionou que a mãe deles, Janet,
parecia ser bem ativa no crescimento e desenvolvimento dos filhos dela. Ele
considerava Janet uma mãe dedicada e ficou impressionado por ela estar disposta
a pegar um ônibus no leste de Los Angeles
para que os filhos dela tivessem a chance de trabalhar com grandes talentos.
Lopez
tinha uma opinião elevada sobre as três crianças Arvizos, a quem ele chamava
“corajosos”. Ele gostava do fato das crianças Arvizos conseguirem fazer piadas
da própria pobreza como uma forma de descobrir o humor. Aparentemente, usar a
pobreza como uma forma de criar humor foi um traço que o próprio Lopez adotou.
George
Lopez, a estrela do próprio show na ABC, testemunhou que ele tinha sido um
comediante stand-up por vinte e cinco
anos e disse que ele tinha se apresentado no Laugh Factory, no Sunset
Boulevard por cerca de quinze anos. Ele descreveu o relacionamento dele com
o dono do clube de comédia, Jamie Masada, como sendo uma amizade e ele
respeitava Masada por ter interesse em crianças do subúrbio, tornando o popular
clube dele disponível aqueles garotos durante o dia, permitindo que crianças do
subúrbio estudassem comédia com profissionais, sem ter de pagar um centavo.
Lopez
se lembrou de que Jamie Masada tinha ligado para ele para falar sobre um “uma
especial família latina” que era desprivilegiada, que tinha pedido para
trabalhar com Lopez especificamente. O comediante disse que trabalhou com Davellin,
Star e Gavin Arvizo no fim de 1999, encontrando-se com eles para uma sessão de
duas horas por um período de aproximadamente sete semanas.
O
comediante disse aos jurados que cerca de seis semanas depois que o acampamento
de comédia acabou, Janet Arvizo ligou para ele no celular dele e estava
“completamente perturbada” sobre as condições do filho dela. Janet estava
chorando porque Gavin tinha sido diagnosticado com um câncer desconhecido.
Quando Lopez descobriu quão doente Gavin estava, que o garoto estava mal
conseguindo se agarrar à vida, ele visitou Gavin no hospital e considerou que o
garoto estava em “condição desesperadora”.
Durante
o tempo em que estava no hospital, George Lopez conheceu o pai de Gavin, pela
primeira vez. Lopez disse que ele e a esposa tinham ido ver Gavin no hospital
em várias ocasiões e disse que ele também visitou Gavin na casa dos avós dele,
em El Monte, a qual Lopez descreveu
com uma “casa padrão” uma típica moradia de baixa renda com plásticos cobrindo
a mobília e plásticos pelo chão, uma casa que o remetia à própria casa da
infância dele. George Lopez relembrou-se de que a modesta casa era organizada e
limpa e falou sobre um quarto especial que tinha sido preparado para Gavin, um
ambiente estéril, onde Lopez disse que tinha que “vestir uma túnica” para
entrar.
Enquanto
George Lopez continuava a responde às perguntas do promotor, o comediante
tentou deixar claro que ele estava feliz por ter ajudado os Arvizo e disse que Janet
Arvizo nunca tinha se aproximado dele por dinheiro. Lopez testemunhou que ele
não estava certo sobre o que Janet fazia para viver. Ele pensava que Janet era
uma garçonete. Porém, quando o testemunho dele se tornou mais detalhado, ficou
aparente que George Lopez não sabia realmente muito sobre Janet Arvizo, de
forma nenhuma, o contato dele com ela tinha se limitado a poucas conversas
breves no Laugh Factory. Lopez
parecia pensar que Janet Arvizo era uma boa mulher, mas ele não poderia basear
a opinião dele em nada específico.
Sob
o questionamento da defesa, Lopez disse ao júri que em fevereiro e março de
2000, quando Gavin ficou muito doente, ele e a esposa dele foram visitar Gavin
e David Arvizo frequentemente no hospital. Enquanto ele era sondado sobre os
pontos específicos, o comediante tentou se manter calmo, mas os observadores no
tribunal podiam ver que Lopez estava se tornando um pouco desconfortável com a
linha do questionamento. Quando foi pedido a ele que contasse ao júri sobre as
preocupações de David Arvizo sobre dinheiro, o comediante disse que o senhor
Arvizo “fez saber que ele estava precisando de dinheiro”.
“Você
considerou estranho nunca ter visto Janet no hospital?”, Mesereau perguntou.
“Bem,
você sabe, eu sabia que ela era garçonete, pelo menos eu pensava”, Lopez disse.
“Eu não estava lá todo o tempo, mas muitas vezes eu fui e ela não estava lá,
então eu apenas imaginei que ela estivesse trabalhando.”
“Você
não sabe se ela estava trabalhando realmente, sabe?”
“Eu
não sei.”
“Está
bem. E você pode ter pensado que ela era uma garçonete, mas você não sabe
realmente se ela estava servindo mesas, certo?”
“Ela
nunca me serviu”, Lopez disse, fazendo o júri sorrir.
“Está
bem. Está bem. Agora, quão agressivo foi David Arvizo em pedir dinheiro?” Mesereau
perguntou.
“Você
sabe, foi muito agressivo”, Lopez disse. “Quando vocês estão conversando, os
dois caras, e o assunto sempre surge, você sabe, você meio que cai fora disso.
Toda vez que ele falava, era sempre sobre...realmente sobre dinheiro.”
“E
ele sempre disse que ele não tinha meios de pagar as contas da família, certo?”
Mesereau perguntou.
“Está
correto.”
“E
você deu a ele pequena quantia de dinheiro que você tinha no bolso naquele
momento?”
“Sim.
Eu tinha apenas um pouco naquele momento.”
“Ele
sempre queria dinheiro, não queria?”
“Ele
queria”, Lopez disse. “Eu literalmente dei aquele cara tudo que tinha na minha
carteira e creio que dei mais depois.”
Lopez
disse que ele tinha regularmente entregado a David Arvizo somas de 40 dólares,
maços de dinheiro com pequenas quantias de até 80 dólares. Ele testemunhou que
David Arvizo lhe pediu que participasse de uma arrecadação de fundos para Gavin
ser levado à Casa de Gelo, um clube de comédia em Pasadena e disse que ele ficou mais que feliz por participar
daquele projeto. Porém, quando ele teve a impressão de que aquela arrecadação
de fundos “não era mais por Gavin”, George Lopez disse que ele mudou de ideia.
“Não
era sobre como Gavin estava e como Gavin estava se sentindo”, Lopez
testemunhou. “Não era sobre dinheiro para Gavin. Pareceu para mim que David
Arvizo estava mais interessado em dinheiro que no filho dele.”
George
Lopez disse ao júri que, porque David Arvizo falou que a família dele não tinha
seguro de saúde (o que mais tarde foi provado ser falsidade) e nenhum dinheiro
para pagar as despesas médicas, ele concordou em participar da arrecadação de
fundos, planejando usar o programa de rádio dele, em Los Angeles, para atrair uma multidão. O comediante lembrou-se de
que quando ele se atrasou em termos de reservar outros talentos, ele percebeu
que David Arvizo, de repente, se tornou “muito agressivo” sobre a programação
do evento, fazendo perguntas sobre quanto dinheiro ele achava que Lopez
arrecadaria.
“Em
certo ponto, você pensou que David estava extremamente interessado em dinheiro
e posses, certo?” Mesereau perguntou.
“Está
correto.”
“Porque
quando você visitou o quarto em El Monte,
ele mostrou esse quarto com DVD e tudo o resto, correto?”
“Correto”,
Lopez disse.
“Você
alguma vez soube quem pagou para renovar aquele quarto?”
“Não.”
“Tudo
bem. David alguma vez falou sobre como aquele quarto se tornou tão legal?”
Mesereau perguntou.
“Não.
Eu assumi que foi Jamie Masada quem arranjou aquilo.”
“Agora,
você disse ao xerife, senhor Lopez, que você pensou que David Arvizo estava
particularmente apaixonado com a grande tela de televisão e o Nintendo, correto?”
“Sim.”
“Você
disse que percebeu isso, em menor nível, com as crianças também, correto?”
“Sim.”
“Tudo
bem. E você disse ao xerife que tudo sobre David parece ser sobre dinheiro,
correto?”
“Sim.”
George
Lopez testemunhou com integridade e graça, algumas vezes sendo engraçado e
sempre sendo gentil. O comediante contou ao júri que em 2000, ele estava
vivendo em uma casa em Sherman Oaks e
disse que quando ele soube que câncer de Gavin tinha entrado em remissão, ele convidou
a família Arvizo para passar um tempo com ele na casa dele em uma tarde
particular.
Lopez
relembrou que ele tinha dirigido até El
Monte para buscar David, além de Gavin e Star e os levou para casa deles,
“então os garotos puderam brincar no quintal por um tempo.” Lopez disse que ele
levou os garotos à Pizza Hut, os
levou a um shopping e os levou de volta para casa dele por mais um pouco de
tempo e mais tarde os deixou em El Monte.
O
comediante testemunhou que Gavin parecia frágil naquele tempo, mas parecia mais
enérgico do que ele tinha sido antes. Ele disse que sentiu que o comportamento
de Gavin Arvizo tinha sido um pouco incomum no shopping, explicando que Gavin
apontava todos os tipos de itens, pedindo por “tudo” que ele via diante dos
olhos. George Lopez pensou que era estranho que David Arvizo continuasse
“visivelmente ignorando” enquanto o filho dele, Gavin, pedia a Lopez que
comprasse itens caros. O comediante considerou estranho que David Arvizo nunca
tenha falado, nem uma vez, para impor qualquer tipo de controle na farra de
compras de Gavin.
Lopez
disse que guando voltou para casa, mais tarde naquele dia, depois de deixar os
Arvizos em El Monte, ele olhou em
volta da sala de estar, um lugar que ele adorava descrever como “uma sala que é
muito popular com Mexicanos, uma sala onde ninguém tem permissão de ficar, onde
tudo está arrumado.” Lopez disse ao júri que no retorno para casa, ele olhou
para o topo da lareira e viu uma carteira lá, que não pertencia a ele, na qual
estava a identidade de Gavin e uma nota de 50 dólares.
Quando
ele pegou a carteira, George chamou a esposa dele, Ann, e entregou a carteira a
ela. Lopez testemunhou que imediatamente ligou para Gavin para dizer ao garoto
que ele tinha encontrado a carteira dele e fez planos de levá-la de volta ao Laugh Factory, onde os Arvizos poderiam
pegá-la com o dono do clube, Jamie Masada.
Tom
Mesereau queria saber mais detalhes sobre o comportamento dos Arvizos naquela
ocasião e a George Lopez foi pedido que falasse sobre os eventos específicos
naquele dia de “compras” com os Arvizos. Para o júri, Lopez descreveu a
aventura dele com os Arvizos, em San
Fernando Valley, culminando com a
misteriosa aparição da carteira de Gavin.
“Você
disse ao xerife que David pareceu ficar intencionalmente de fora e não tentar
controlar os pedidos de Gavin?” Mesereau perguntou, referindo-se à farra de
compras.
“Está
correto.”
“Você
pensou que aquilo era estranho, correto?”
“Parecia
estranho.”
“Você
os levou para almoçar aquele dia?”
“Sim,
senhor.”
“E
você os levou para almoçar em algum outro dia que você saiba?”
“Não.”
“Tudo
bem. Agora, onde você viu a carteira?” Mesereau perguntou.
“A
carteira estava no topo da lareira, em minha casa. Era a única coisa no topo”,
Lopez disse.
“E
quando você a viu, como você pensou que ela tinha ido parar lá?”
“Você
sabe, nunca me ocorreu como ela foi parar lá”, Lopez disse. “Porque ninguém
brinca naquela sala, então era meio estranho que uma carteira tivesse ido parar
lá, no topo.”
“E
quão alto era o topo?”
“Você
sabe, na altura dos ombros.”
“Mais
alto que Gavin, correto”
“Naquela
época, talvez.”
“Então
pareceu peculiar para você que, de repente, uma carteira estivesse lá?”
“Bem,
sim, naquela sala, sim. Realmente, nada deveria estar lá.”
“Você
viu Gavin ou David lá?”
“Não.”
George
Lopez disse ao júri que alguns dias depois, ele soube saber que David Arvizo
reclamou a Jamie Masada que havia 350 dólares na carteira de Gavin. Ele
testemunhou que quando David Arvizo foi reaver a carteira com Masada, o pai
Arvizo sugeriu a Masada que George Lopez de alguma forma “perdeu” 300 dólares
da carteira de Gavin.
Essa
foi uma acusação que Lopez não apreciou, especialmente quando ele descobriu que
Jamie Masada se dispôs a “repor” os 300 dólares, ele mesmo, sem consultá-lo
sobre aquilo. O comediante disse que ele reclamou a Masada sobre repor dinheiro
que “supostamente” tinha sido perdido, mas Masada insistiu que ele apenas quis
manter a paz com os Arvizos.
Enquanto
o comediante contava a estória, as orelhas dos jurados ficaram em pé. Embora as
estrela de TV estivesse tentando minimizar o comportamento estranho dos
Arvizos, para observadores no tribunal, a família Arvizo tinha começado a
parecer uma família de vigaristas. A intenção dos Arvizos pareceu muito pior
quando Lopez descreveu as constantes ligações de David Arvizo, afirmando que
David Arvizo estava perseguindo-o, estava pressionando-o, agressivamente,
tentando conseguir que a arrecadação de fundos fosse organizada.
Lopez
contou ao júri que David Arvizo estava ligando frequentemente para a estação de
rádio onde ele trabalhava, sempre fazendo perguntas sobre dinheiro. As ligações
foram tão agressivas que Lopez pensou que talvez o evento para arrecadação de
fundos devesse ser cancelado. George Lopez explicou que a mulher dele, Ann,
tinha participado de uma campanha para doar sangue para Gavin no Laugh Factory e disse que nos meses que se seguiram ela ainda estava
disposta a ajudar Gavin Arvizo, até o incidente no estacionamento que o colocou
“fora do alcance”.
Para
o júri o comediante detalhou uma noite, em maio de 2000, relembrando que David
Arvizo estava esperando por ele do lado de fora de um restaurante onde ele
esteve se apresentando. Lopez disse que quando ele saiu para o estacionamento
às 10h00min da noite, aquela noite, David Arvizo estava esperando por ele e
David começou a ficar irritado, e extremamente agressivo, sobre o evento para
arrecadação de fundos. Lopez contou ao júri que os dois “discutiram” naquele
momento e disse que depois da breve discussão, ele nunca mais quis ver David
Arvizo de novo.
Lopez
disse ao júri que ele chamou David Arvizo de “extorsionário” na cara dele e fez
uma pequena piada sobre usar “aquele palavrão”, mas ninguém no júri estava
rindo.
Com
Tom Mesereau ainda questionando-o, George Lopez descreveu ter sido agressivamente
perseguido pelo “papai Arvizo” por dinheiro. Quando Lopez soube que David
Arvizo tinha ligado para casa dele e falado com a esposa dele. Ann, chamando-a
de “puta maldita” e outros nomes feios, ele basicamente cortou laços com o
resto dos Arvizos, também.
Ao
júri, George Lopez reiterou que ele teve uma “discussão muito odiosa” com David
Arvizo, que fez o possível para tentar fazer o comediante se sentir culpado por
não ajudar Gavin. Ele mencionou que seis meses depois de ele ter cortado os laços com os Arvizos, Janet
aproximou-se dele, por algum meio, talvez através de Jamie Masada e enviou a
ele um chaveiro de metal que tinha uma semente de mostarda embutida nele. Lopez
sabia que o chaveiro era para significar um “obrigada” por Janet, mas então, ele
não ficou realmente comovido por isso.
Para
Tom Mesereau, George Lopez descreveu a família Arvizo como sendo “fascinada”
por Michael Jackson. A estrela de TV lembrou-se de que David Arvizo
vangloriava-se da visita dele a Neverland
Ranch e indicou que David Arvizo começou a agir de forma um pouco estranha
depois que a família estabeleceu uma base sólida com Jackson.
“Naquele
ponto, David começou a fazer fanfarra sobre Neverland Ranch com você, não?” Mesereau perguntou.
“Sim.”
“E
você pensou que a atitude dele mudou, correto?”
“Sim.”
“Você
pensou que ele tinha se tornado meio pretensioso e esnobe, qual seria a palavra
correta?”
“Apaixonado”,
Lopez disse.
“Apaixonado.
É como você descreve a atitude de David depois que ele contou a você que ele e
a família tinham ido a Neverland Ranch?”
“Sim.”
“E
ele disse a você que Michael Jackson tinha dado uma van para a família dele,
correto?”
“Está
correto.”
“Certo.
E você o descreveu ao xerife como “fascinado” com a nova associação dele com
Michael Jackson, correto?”
“Sim.”
Antes
que a estrela de TV terminasse o testemunho dele, as pessoas não puderam deixar
de se perguntar por que Michael Jackson não tinha enxergado quem eram aquela
família. Claramente Lopez tinha decidido que eles eram “problema”, mas Michael
não percebeu nada de estranho neles. Quando ele deixou o tribunal, Lopez olhou
para Michael e fez um esforço para sorrir para o pop star.
Mas
Jackson não achou graça.
Depois
de presenciar o testemunho dado por George Lopez, o pop star pareceu ter
percebido que ele, de todas as pessoas, deveria ter tido algum tipo de rede de
segurança no lugar, deveria ter tido algum tipo de processo seletivo que o
protegesse de vigaristas. Jackson foi levado a acreditar que muitas estrelas de
TV e filme estiveram adotando aquela família latina de oprimidos que não era,
de nenhuma forma, verdadeira.
Porém,
nenhuma pessoa do Laugh Factory tinha
informado a Jackson sobre nenhum problema ou “preocupação” com os Arvizos.
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Sesini duyur!